Frida

Publicado por Vânia Rodriguez 7 de abril de 2011

Convido todos a um mergulho na fascinante história de um dos principais nomes da arte popular do México: Frida Kahlo. Ela foi militante comunista, casou-se com o muralista Diego Rivera Rivera, representado por Alfred Molina, e foi amante de Leon Trostky, interpretado por Geoffrey Rush.

Falar do filme “Frida” é reviver emoções, é suscitar paixão! É pura inspiração. É incrível a semelhança física e a brilhante interpretação de Salma Hayek como Frida. Ela imprime um colorido no personagem, uma sensualidade, uma força poética que contrasta com um conjunto de experiências de um casamento aberto, do bissexualismo, da overdose, das traições, da arte e da política.

A diretora Julie Taymor conseguiu traduzir de forma extraordinária a paixão de uma mulher que está longe de se traduzir como referência dos padrões estéticos do mundo artístico. A protagonista, que aos 6 anos teve poliomielite, ficando com uma grave lesão no pé esquerdo e que, após um grave acidente na adolescência, teve o abdômen e o útero perfurados, se lançou ao mundo tornando-se uma espécie de ícone feminista de sua época. Chocando com sua irreverência o seu entorno social e provocando uma revolução cultural. Lançou sua própria moda ao usar calças compridas e exóticas saias até os pés, as quais se tornaram sua marca pessoal.
Viveu intensamente todas as formas de amor inerentes ao ser humano. Amou homens e mulheres e, principalmente, a pintura que retratava sua própria realidade, dando vida a seus quadros. Inusitada é a cena onde Frida, proibida de sair da cama pelo médico, vai a uma exposição de trabalhos de Diego Rivera (Alfred Molina) prostrada em uma cama, empurrada por enfermeiros. É demais!

As cenas ocorrem num país latino-americano, imerso na pobreza e num intenso movimento político-cultural. A fotografia é encantadora. A trilha sonora é “caliente” e envolvente, especialmente a interpretação de “La llorona” pela própria autora, Chavela Vargas, que foi amiga de Frida. Falar de Frida é falar de mulher íntegra, é referendar a luta pelo direito de sermos plenamente humanas e de realizar tudo aquilo que nos faz bem e que nos dá prazer.
O cinema latino-americano tem um tempero único: é excepcionalmente marcado pela estética realista da existência.

Este filme é um dos mais lindos que já tive a oportunidade de fruir.

Um abraço e até a próxima!

Veja Chavela Vargas cantando “La llorona”:

Comentários

Deixe um comentário

banner

Fundação Metro

Clique Aqui!