Bairro Mangabeiras – BH: llamas, paramilitares e vaias

Publicado por Sebastião Verly 13 de janeiro de 2011

A capital de Minas está se tornando cosmopolita tardiamente. Os bairros mais ricos estão melhorando velozmente.

Acompanhando os trabalhos de mobilização para a limpeza urbana realizada de porta a porta no bairro Mangabeiras, hoje, um dos melhores lugares para a classe rica morar, percebo como as melhorias na periferia melhoram – e muito – também para as camadas mais poderosas.

O poder público, especialmente através das obras do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento, do Governo Federal e das políticas públicas empregadas na capital nos últimos anos vem melhorando a vida nas vilas e favelas densamente povoadas.

Simultaneamente cuida com zelo da beleza desses bairros das classes de maior poder aquisitivo. E como cuida!

Há naquelas moradias maravilhosas, onde a maioria vem do chamado “berço de ouro” uns poucos que ascenderam mais aceleradamente nos últimos tempos. É o caso de um ex-colega de trabalho, que casou com uma jovem juíza e subiram rapidamente na vida como se diz popularmente.

Ou do deputado estadual cujos pais moravam ao lado da minha casa na pobre  rua Urano,  vila Oeste, região noroeste da capital. Registro ainda de memória um industrial vindo de Cachoeira do Pajeú, no interior de Minas, cuja empresa cresceu bastante fabricando e distribuindo cestos coletores de lixo na cidade. Quando escrevi o livro contando a história centenária da limpeza urbana em Belo Horizonte, ele me ofereceu um churrasco em sua mansão. E lá estavam pessoas simples, professores, funcionários públicos e alguns poucos vizinhos que diziam caminhar com ele pelas ruas do bairro.

O fato é que gente que se moveu na escala social ainda é ínfima minoria naquele bairro de luxo. Percorremos casa por casa, solicitando aos moradores que passassem a colocar o lixo no horário indicado para que logo em seguida a coleta fosse feita e o lindo bairro permanecesse mostrando somente os espaços verdes e bem cuidados pela Prefeitura.

Houve resistência, própria de quem tem como base cultural o poder do dinheiro. Alguns chegavam a dizer que colocariam o lixo no dia e horário que bem quisessem. Eu orientei a alguns estagiários para concordar dizendo que eles acertassem as contas com os demais vizinhos que ficavam obrigados a conviver com a imundície e mau cheiro provindos das portas de suas mansões.

Nos monitoramentos seguintes, a situação havia melhorado muito. Ainda falta àqueles pequeno-burgueses retirar a horrível grade que atravanca os passeios e enfeia aquelas áreas tão ricas e tão belas.

Quem vem fazer turismo em Belo Horizonte, ainda gosta de conhecer a Rua do Amendoim, que sai na praça do Papa, a qual, pela ilusão de ótica, dá a impressão de que o carro desliza ladeira acima. Ao ver aquela ladeira e a praça do Papa, o turista sente vontade de passar no mirante, percorrer o bairro e passar diante da residência oficial do governador do Estado e por fim chegar ao majestoso Parque das Mangabeiras que supervaloriza aquele bairro.

Há, naquele bairro, para se ter uma idéia, ruas fechadas exclusivas de meia dúzias de moradores. Acredite se quiser, existe uma rua totalmente fechada para a moradia de três famílias. Ali há até criações de animais como lhamas e outros bichos. O caminhão de coleta de lixo só entra depois de identificado por paramilitares que prestam serviços aos bilionários donos do pedaço. Esta rua, nos mapas, não aparece com nome. Está totalmente em branco. Ela se localiza no final da rua Odilon Braga, a agradável rua em que mora meu filho. 

A segurança é total no bairro. Não há na mídia noticias de roubos ou sequestros por aquelas bandas. Em parte, a tranquilidade do bairro deve-se à melhoria de vida nas favelas mais próximas. Em uma das favelas existe até a defensoria pública para atender os moradores. Estive numa dessas favelas há alguns dias ajudando na seleção de agentes comunitários da limpeza urbana e fiquei encantado com os equipamentos que a Prefeitura vem implantando naquele aglomerado.

Resumindo: cada centavo bem aplicado nas classes mais pobres reverte-se em milhares para o bem das classes mais ricas. Estudo que confirmou esta afirmação valeu prêmios honrosos no Chile durante o Governo Allende.

As obras do PAC do governo federal estão fazendo com que a maioria dos moradores das vilas e favelas ao serem tratados como cidadãos e cidadãs comecem a agir com respeito ao direito dos seus semelhantes. Hoje, crimes escabrosos como o do ex-goleiro Bruno tomam o noticiário o tempo todo. Porque, ainda não vivemos no Paraíso, mas o pessoal da Cidade Jardim, Belvedere, Pampulha, Bandeirantes e Mangabeiras já está bem próximo da porta do Jardim do Eden. Uma paz invejável.

E foi justamente ali no luxuoso bairro das Mangabeiras, que o PT escolheu para iniciar a carreata da então candidata Dilma, em um sábado de manhã, no mês de outubro. Alguns moradores, que sempre aproveitam nossa moeda forte e a liberalidade do governo para viajar mundo afora, manifestaram-se desrespeitosa e grosseiramente.

Não os leve a sério, Presidenta Dilma, ressalvando as honrosas exceções, aquela gente ali não enxerga um palmo à frente do nariz, são imediatistas e nunca irão reconhecer as ações do governo, que, como dissemos sempre os beneficia, mesmo que indiretamente. Mas também não se esqueça de mudar o câmbio para diminuir a gastança que essa gente faz com nossas divisas, obtidas à custa da venda de muito minério de nossas serras.

Comentários
  • Giuseppe Persichinni 4923 dias atrás

    MAIS UMA VITÓRIA EXPRESSIVA

    DOS MORADORES

    COERÊNCIA – SERIEDADE – EQUILÍBRIO

    A Defesa Popular, que tem por princípio a defesa dos Direitos do Cidadão Brasileiro e por consequência, a valorização de nossas instituições de Direito. Apresentamos esta matéria apenas para demonstrar, que o Superior Tribunal de Justiça, diferentemente de algumas opiniões, é a instância máxima deste País e assim como tal, deve ser respeitada, bem como, as suas decisões devem ser consideradas pelos operadores do Direito e da Justiça. Não há mais como aceitar que as mais de 25 jurisprudências que conquistamos, quando apresentadas em recursos, sejam simplesmente ignoradas pelos julgadores como se o STJ sequer existisse.

    Assim, a seguir, mais uma expressiva vitória foi alcançada por nosso departamento jurídico, que assiste os moradores do bairro Jardim das Vertentes e milhares de vítimas em todo o País. Aliás, já é a quarta jurisprudência para o bairro Jardim das Vertentes.

    A QUESTÃO É: – Até quando os magistrados de “primeira e segunda” instâncias, vão insistir em penalizar os moradores do bairro Jardim das Vertentes bem como os demais, quanto a este engodo promovido por administradoras e associações espertas, que estão se locupletando ilicitamente de uma situação absurda e ilegal?

    VEJA A JURISPRUDÊNCIA COM JULGAMENTO DE MÉRITO.

    Evidente que nossa luta não para por aí. Existem interesses outros por de traz desta indústria, inclusive, algumas entidades que estão fazendo fortunas querendo validar este absurdo de falsos condomínios. Estaremos promovendo a conscientização Nacional das Instâncias e para tanto, em breve estaremos realizando PALESTRAS sem prejuízo do diálogo com o Congresso Nacional (Senado Federal) que temos certeza, devido a sua grandeza e o interesse dos problemas da Nação Brasileira, irá receber o pedido da Defesa Popular para uma audiência publica ou palestra com a presença de autoridades de expressão do mundo jurídico, junto à CCJ, visando os anseios dos brasileiros, no sentido de sensibilizar o Judiciário de forma mais ampla e clarificante.

    Temos certeza, outrossim, que em nome de mais de um milhão de moradores, vítimas dos falsos condomínios, “muitos até perderam suas casas para esta indústria”, que o Presidente do Senado Dr. JOSÉ SARNEY receberá nossos clamos com espírito acolhedor, assim como o nobre Senador Álvaro Dias, a pedido da Defesa Popular o fez e expressou os anseios dos brasileiros em “Tribuna” do Senado Federal.

    “Assista ao vídeo do SENADOR Álvaro Dias, ao poder Judiciário”

    Fica para as vítimas dos falsos condomínios, mais um alento e uma certeza que os Ministros do STJ são homens coerentes, independentes, sérios e agora promovem a verdadeira celeridade processual das questões que entopem o judiciário. Não há necessidade de se mudar um código para cessar as ações absolutamente ilegais e os necessários processos, basta seguir a jurisprudência.

    Informamos que nosso departamento jurídico, já iniciou as ações indenizatórias contra as associações opressoras que deverão responder com seus patrimônios, visando indenizar as vítimas com a necessária compensação de danos morais, pelos anos e anos de desgosto, discriminação, sofrimento, perda de sono, agressões, até mortes em face ao desassossego causado aos moradores de bairros urbanos por uma questão absolutamente desleal e injusta.

    JUSTIÇA!

    Especiais agradecimentos aos bons prefeitos, aos magistrados, ao Ministério Publico e às demais autoridades que nos tem compreendido e por fim, acolhido os clamos da população oprimida.

    Defesa Popular – Em luta contra os falsos Condomínios.

    http://www.defesapopular.org – Indique este site à um amigo.
    Veja também http://www.defesapopular.blogspot.com – saiba porque somos contra as mudanças do CPC.
    Assista nossos vídeos neste site (setor de vídeos – clique aqui)
    DPJ – contato 11.5506.6049

  • GIUSEPPE PERSICHINNI 4955 dias atrás

    À guisa de colaboração com seu site envio notícia e comentário sobre FALSOS CONDOMÍNIOS.

    (AVILESP – ASSOCIAÇÃO DAS VITIMAS DE LOTEAMENTOS E CONDOMÍNIOS RESIDENCIAIS DO ESTADO DE SÃO PAULO ::.)

    Falsos “condomínios”

    No calamitoso e catastrófico caso de loteamentos e bairros transformados em “falsos condomínios” há sinais claros e evidentes de corrupção, principalmente em Cotia, onde autoridades municipais apóiam o golpe, o que ocorre também em vários outros municípios do Estado de São Paulo.
    Causa perplexidade e indignação decisões de alguns juízes e desembargadores que, mesmo constatando pela escritura e seu respectivo registro tratar-se de loteamento ou de um bairro e sem que as administradoras (que agem sempre em nome das “associações”) juntem a ficha de associação do proprietário e o competente laudo pericial do alegado enriquecimento sem causa (para apropriadamente quantificá-lo) condenam os cidadãos a pagar por obras e serviços de manutenção que não contrataram, não querem e nem desejam.
    Acrescente-se que essas autoridades (juízes e desembargadores) sabem e tem claro que tais serviços (manutenção, limpeza e obras e em vias públicas) são constitucionalmente reservados ao poder público.

    O que está acontecendo para que essas autoridades descumpram a Constituição Federal, revoguem o título de propriedade regularmente registrado (art. 5º, XXXVI) e privilegiem com suas sentenças/acórdãos organizações particulares que por sua conta e risco usurpam funções públicas com o único objetivo de ganhar dinheiro. Muito dinheiro.

    Longe de promover a Justiça e a pacificação dos conflitos, esses juízes e desembargadores estão fortalecendo um novo Estado: o Estado Paralelo, uma vez que meras mensalidades associativas – se todos a elas ficam obrigados – passam a se constituir na realidade num novo e pesado imposto praticado à margem da lei.

    Percepção de corrupção

    A ONG Transparência Internacional divulgou, na terça-feira (23/9), relatório em que o Brasil aparece em 80º lugar na lista dos países com os mais altos índices de percepção de corrupção. Pelo documento, o país caiu oito posições em relação ao ranking divulgado ano passado. Com um índice de 3,5 na tabela — mesma nota registrada em 2007, o Brasil está em pior situação que países pobres como Butão, Botsuana, Gana e Seichelles. Segundo a ONG, a mudança de posição no ranking pode ser provocada pela alteração da nota em outros países.
    A reportagem é do jornal O Globo.

  • Jésus Lima 5016 dias atrás

    Gostei do artigo pois começa esboçando o bairro ideal em termos de qualidade de vida almejado por qualquer ser humano, seja rico ou pobre. Destaco a expressão: “cada centavo bem aplicado nas classes mais pobres reverte-se em milhares para o bem das classes mais ricas”. É nesse ponto que as classes média e alta brasileiras precisam ser conscientizadas.

    Atenciosamente,

    Jésus Lima

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