Instável amante

Publicado por Antonio Ângelo 19 de novembro de 2020

Instável amante

Gosto de poesia
Como quem desvenda no céu
Um casulo de nuvens

Pouco importa se a poesia
Se enverede por subúrbios
Que adorne seus cabelos
Que se torne de repente volúvel
Na insegurança de uma teia

Seguramente a poesia
Pouco me serve
É um desserviço
Mas, continuemos, eu e ela
A nos encontrar
Num canto
Num quintal mal cuidado
Entre arbustos estéreis

Que ela não me fuja
Ou, se fugir
Restar-me-ão às mãos
Este delíquio, este não entendimento
Do que poderia fazer com ela
Se, finalmente, por descuido
Se tornasse minha possessão

Comentários
  • Antonio Angelo 1400 dias atrás

    Ou, se fugir, Wesley, que ao menos nos deixe seu whatzap!

  • Wesley 1402 dias atrás

    Compartilho, amigo AA, do seu refinado gosto pela poesia, em tê-la a nos circunavegar, dia e noite, noite e dia. Que ela não nos fuja com as ondas revoltas do mar noturno.

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