O sangue escorre escuro rio das almas penadas
Banha ladrilhos tacos tapetes para mergulhar
Sombrio e fluente, pelo ralo até as catacumbas
A terra enfim o recebe como a um filho vão
Abraça o osso o pó a veia lacerada o vesgo olho
Cinquenta e tantos anos da mais lenta degeneração
Quase humano poderia ter sido
Teve chance, filhos, cão e perdigotos
Foge o espírito pela rua desnudado
Em busca de um novo corpo onde instalar-se
Retorna uivando ao mundo, chora e esperneia
Para novamente purgar os seus pecados
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