Mulher, instantes paradisíacos

Publicado por Sebastião Verly 6 de março de 2024

Dizem que a melhor invenção do capeta foi o limão, obtido quando ele tentava copiar a laranja, recém inventada por Deus. Esta última, dizem, foi a segunda melhor invenção de Deus. A primeira, é claro, foi a mulher.

MULHER! palavra mágica que muda os assuntos mais sérios nas rodas de conversas! Corpo misterioso. Rosto limpo, ou com cremes e batons, busto, braços, mãos, dedos e unhas pintadas ou ao natural, cintura, quadris, coxas, joelhinho, saudades da Nara Leão, pernas e pés, os pés lindos de Clarissa. Mais alta ou baixinha, bem magra ou gordinha, a mulher bonita se acha.

De curvas mais generosas ou leves, ou um pouco mais cheia, fofa, sempre há lugar. Tudo natural ou com um pouco de ajuda, se quiser. Roupa, pouco importa. Olha no espelho e se vê. Olhada na rua, se acha. “Que bonito é, um corpo de mulher”. Lá em Pompéu, havia um velho fazendeiro, Tuniquinho Garcia, que cunhou a frase: “Não existe mulher feia, cada qual tem sua graça.” Ele mesmo, dizem que tinha umas dez.

Toda mulher merece muitos elogios e até mesmo alguns mais picantes como resposta às provocações que, naturalmente, seu corpo expressa em sua passagem. Charme, dengo, glamour, tudo ajuda.

Jovem, adulta, na melhor idade… excêntrica, bem comum, meiga, luxuriosa, sensual ou recatada, tímida ou sapeca… índia, negra, branca, amarela, loirinha, alemoa, mulata, morena ou mistura de cores e etnias, a mulher é simplesmente bela e desejada aqui, ali, seja onde for.

Quer coisa melhor do que o beijo suave, no rosto, na ponta do nariz ou um selinho, de amizade mais íntima? E a maravilhosa sensação de um abraço terno e, ao mesmo tempo, quando os corpos se tocam, e deixam a imaginação a mil… De casquinha, o toque suave no rosto, sentindo a pele macia e delicada.

A mulher mais bonita e mais feliz é a que se olha no espelho, se acha mais bonita e se sente bem, sendo assim como ela é. São tantos os detalhes da beleza da mulher que seria preciso um tratado de milhares de páginas para contar e dar exemplos de beleza e doçura.

Ouça a voz feminina, com timbres de soprano, sempre original, sem igual, que delicadeza! O sorriso é o mais encantador. Há de combinar no rosto os cabelos tratados ou ao natural, louros, castanhos, negros, cacheados, volumosos, lisos e encaracolados, quadro que o melhor pintor jamais reproduzirá. A beleza é essencial, porém cada mulher tem sua beleza original. Só sua. De mais ninguém. Todo mundo sempre admira a beleza que chega quando a mulher está presente. Traz carinho, ternura, afeto, beleza, amizade e amor.

Pode ser bem cuidada, um pouco mais sofisticada, ou “selvagem”, sempre traz o encanto e a formosura dentro e fora das telas e câmeras, das câmaras e quartos, sem limites.

“Cada mulher é uma mulher linda. Ela tem que encontrar em si mesma, a beleza própria, cuidar do corpo de dentro pra fora para ter uma vida saudável, ter uma longevidade bonita”, diz Luiza Brunet.

E amar bastante… Amar bastante e sempre…

A mulher quando ama, chega ao clímax e eletriza-se. É o momento sublime, o momento em que saímos desta vida e chegamos ao verdadeiro paraíso. Estamos diante dessa pérola rósea em forma e estrutura tão fina, delicada e íntima. Não ouso dizer seu nome. Conjunto epitelial magnifico, vestíbulo feito à perfeição e ainda refinado, ícone sexual quase divino, este que nos leva ao prazer inarrável. Explosão de sentidos, imagens que ficam, paladar supremo, perfume original, toques inesquecíveis, sensação maravilhosa! São átimos de prazeres indescritíveis. A lembrança e o sabor permanecem por horas, dias, meses, anos, décadas … Há de se lembrar ainda as respostas em gritos e sussurros que jamais ouvimos… Como dizia o poeta argentino Jorge Luís Borges, a vida é feita de instantes.

Só a mulher nos oferece esses instantes paradisíacos!

Comentários
  • Antonio Angelo 184 dias atrás

    Como sempre,Verly coloca sua pena a nos trazer o que pode ser reminiscência de uma Pompéu antiga com o sabor do que é e será sempre presente. Pelo menos enquanto nos sobrar capacidade para não perder o sentido de vida e poesia.
    (como em águas de março, vejo agora instantes da Mulher nos diáfanos azuis de abril)

  • Maria Amélia Correa Campos 579 dias atrás

    Texto belíssimo! De uma sensibilidade incrível. Parabéns!

  • Verly 3865 dias atrás

    Na verdade, o Tuniquinho Garcia é de Abaeté. Era pai de minha professora, Dona Olga, e eu o trato como se fosse de Pompéu. Mas é tudo na mesma região e fica tudo em casa.

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