Itacambira festeja São Sebastião

Publicado por Milton 19 de janeiro de 2022

O nome Sebastião deriva do grego sebastós, que significa divino, venerável, bem aventurado, supremo. Originário de Narbonne, sul da França (256 — 286 d.C.) e cidadão de Milão, foi um mártir e santo cristão, morto durante perseguição sob o imperador romano Diocleciano. De acordo com Actos Apócrifos, atribuídos a Santo Ambrósio de Milão, Sebastião era um soldado que teria se alistado no exército romano por volta de 283 d.C. com a única intenção de afirmar a fé dos cristãos, enfraquecidos diante das torturas. Sua liderança era admirada pelos imperadores Maximiliano e Diocleciano, este último casado com uma cristã, e por isso foi designado capitão da guarda pessoal – a Guarda Pretoriana. Por volta de 286, por se recusar a praticar atrocidades contra os prisioneiros cristãos, foi julgado traidor, e foi ordenada sua execução por meio de flechas, que se tornaram símbolo constante na sua iconografia. Foi dado como morto e atirado no rio, porém, Sebastião não havia falecido. Encontrado e socorrido por Irene (Santa Irene), foi depois levado novamente diante de Diocleciano, que ordenou então que fosse espancado até a morte. Como sua resistência foi muito grande, acabou sendo morto transpassado por uma lança. São Sebastião, adotado como padroeiro por policiais, militares e pelos fazendeiros é homenageado no dia 20 de janeiro por todo o mundo católico. É também padroeiro da cidade do Rio de Janeiro que inicialmente chamava-se São Sebastião do Rio de Janeiro. Em Itacambira, Alto Jequitinhonha, a história de Sebastião, soldado e mártir, foi lembrada no fim de semana de 16 e 17 de janeiro últimos. No sábado dia 16, grupos de folias visitavam as casas da cidade e dos povoados, e à noite barraquinhas com muitos fogos. No domingo o padre Honório participou da concentração dos cavaleiros numa fazenda próxima, de onde saíram em cortejo em direção à matriz de Santo Antonio, construída há mais de 300 anos. Enquanto isso a procissão subia até a parte alta da cidade, e em seguida se dirigiu à parte baixa para receber o cortejo de cavaleiros tendo à frente o Padre Honório e o cavaleiro Gilberto, aniversariante do dia, convidado a conduzir o estandarte. A missa, ao som da folia de reis com o ritmo africano, mostrava a capacidade da cultura brasileira de fundir todos os seus elementos estéticos de forma harmonizante. Como a celebração se deu ao ar livre para que também pudesse ser assistida pelas montarias, o padre convidou a todos os cavaleiros a permanecerem de chapéu para enfrentar o sol forte de um janeiro abrasador. Mas, em meio às falas de pessoas de todas as idades, o que mais impressionava, e não poderia passar despercebido a um ouvido mais atento, era a pronúncia de um português incrivelmente puro, isento de qualquer sotaque regional.

Comentários
  • ellen 4993 dias atrás

    Muito legal seu trabalho, amei principalmente o vaqueiro q segura a bandeira

  • Sebastião Verly 5385 dias atrás

    Milton, gostei muito mesmo do seu trabalho. Primeiro a origem do nome e do santo. Depois a festa com detalhes da religiosidade e da realidadee local.
    Você está de parabéns com sua sabedoria vai divulgando e incentivando a ligação com a cultura popular.

  • Eliane Silva/Itacambira 5401 dias atrás

    Parabéns Milton, pelo artigo. Realmente estas manifestações religiosas e culturais sempre são um espetáculo que merece divulgação. E em Itacambira isso é ainda mais evidente.
    Assim como a Festa de Santo Antônio “padroeiro” da cidade de Itacambira, que ganhou ao longo dos anos milhares de seguidores, Itacambirenses ou não, também os festejos em homenagem a São Sebastião vêm ganhando nome e se tornando mais um evento de caráter religioso de grande importância para o município.
    A população se mobiliza em massa, a fim de proporcionar uma festividade realmente atrativa e que se torne cada vez mais um grande destaque na cultura local.
    As festividades ganham um toque todo especial graças à participação ativa e cativante de Padre Honório, que valoriza, além da fé incondicional, o gosto pelas manifestações culturais, que fazem de Itacambira um berço acolhedor de seus moradores, seus visitantes e ainda permite reunir os filhos ausentes.
    Nossa Itacambira, de Santo Antônio e São Sebastião!
    Nossa Itacambira berço de cultura e fé!

    Eliane R. Silva

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