.Quero o amor na conta exata,
que não oprime nem mata,
que anima e traz em seu bojo
o átomo da indisciplina.
Que ilumina, alumbra,
dá brilho às pupilas,
mas a si mesmo ensina
o inevitável da sombra.
Amor espaçoso, não excludente,
que não quer ser obra-prima, acabada e fina,
antes, no seu transcorrer,
do que é comum se aproxima.
Da inevitabilidade da morte ciente,
não se resguarde das águas tempestuosas,
do vento não fuja à rota,
nem dos ardores da carne se ausente.
E ao fim – na certeza sempre
dos muitos erros cometidos,
dele, amor, não me arrependa,
por mais que amar não tenha sabido.
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