De entre morros
Em Minas
Levo ao cabo meu viver
Barroco
De entre serras
Neblinas
Espreito o alvorecer
Por sobre a cordilheira
Etérea
Férrea
Enquanto feérica
Gira no espaço
A constelação de Hidra Fêmea
Inundando o cerrado
Com a lactescência
De sua luminosa
Emanação
O Cruzeiro do Sul
Estático
Nos abre seus braços
Sinalizando que
Nos não abstenhamos
De sacrifícios, homilias
Sacras vias, quaresmas
Que dos pecados
Hão de nos libertar
Oh Menino de Nazaré
Outra vez preciso se faz
Que à terra venhais
Para de maus ímpetos, vitupérios
Nos possa libertar
Oh Senhora da Piedade
Ao seu Filho rogai por nós
Do alto da Piedade
Nos abençoai!
E o amém para sempre
O eco seja que reverbere
Nos contrafortes da Del Rey
Drenada em suas entranhas
Numa sangria sem fim