Que futuro têm esses países? – parte II
A agonia da África
Em 19 de maio de 2015, o site da Rádio TSF anunciava a crise humanitária da Eritréia, nação situada no chamado “chifre da África”: eram mais de 500 mil pessoas em fuga, à medida que as forças etíopes invadiam o país. Segundo o site, o problema se agrava com a iminência de destruição da próxima colheita, sem a qual aumentaria a fome na região.
Com a economia baseada na agricultura de subsistência, 80% da população vive da agricultura e pastoreio. Seu PIB em 2010 era de R$700 per capita, 50% de sua população está abaixo da linha da pobreza. A taxa de inflação é de 20%. A nação enfrenta muitos problemas de saúde, educacionais, ambientais, e variados desafios. Foi classificada como uma das mais pobres do mundo.
Serra Leoa seria outra nação sem futuro. Embora esteja entre as 10 maiores nações produtoras de diamante do mundo, sua principal fonte econômica, e seja um dos maiores produtores mundiais de bauxita, ouro e titânio; 81,5% de sua população vive na pobreza. 53,4% das pessoas vivem com menos de US$ 1,25 por dia e 52,3% são privadas de água potável.
No Burundi, o PIB é de US$400/habitante, com a sociedade minada por guerras civis, sem acesso à educação e com alta taxa de corrupção, além das consequências do HIV/AIDS, a falta de atividade econômica e a desigualdade social, 80% de sua população vive na pobreza. Segundo o Programa Mundial de alimentos, 56,8% das crianças abaixo de cinco anos sofrem de desnutrição crônica.
Zimbabwe, ao sul da África, é oficialmente a nação mais pobre do mundo, com o PIB per capita de apenas US$200. Sua economia é marcada pela hiperinflação, o desemprego, a corrupção e a pobreza. Conforme estimativas de 2008, a taxa de inflação é de 15%. Mesmo favorecido pela natureza com exploração de ouro, cromita, amianto, carvão, cobre, ouro, níquel, platina, as condições de colapso político, econômico e social faz crescer a pobreza, gerando emigração em grande escala.
Ruanda e as chagas do colonialismo
Com o fim do colonialismo, após a Segunda Guerra Mundial, os europeus traçaram o território de Ruanda de forma a juntar duas etnias inamistosas, os hutus (90% da população) e os tutsis (9%), mas deixando no poder a minoria tutsi.
Em 1959, os hutus se revoltaram e assumiram o poder em 1961, dando início à perseguição aos tutsis, agravada em 1994 com a morte acidental dos presidentes de Ruanda e Burundi. Segundo a ONU, o genocídio no país provocou a morte de aproximadamente 1 milhão de ruandeses, 90% dos quais de origem tutsi.
Aos conflitos étnicos somam-se os problemas socioeconômicos vividos pela população. Mais de 57% dos ruandeses vivem abaixo da linha de pobreza, ou seja, com menos de 1,25 dólar por dia. A subnutrição devasta 40% da população; a taxa de mortalidade infantil é de 97 óbitos a cada mil nascidos vivos. O índice de analfabetismo é de 35%, e apenas 22% das residências têm acesso aos serviços de saneamento ambiental.
Até quando o sistema dominante ficará indiferente à ruína destas nações?
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