A igreja discreta

Publicado por Antonio Carlos Santini 14 de outubro de 2025
Imagem1 igreja discreta
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Encontro Nacional do Movimento Familiar Cristão

Aqui e ali, ouço e leio pessoas preocupadas com a “pentecostalização” da Igreja Católica. Acredito que se preocupam sem motivo real. Existe uma “Igreja discreta”, como fermento na massa, que dificilmente será vista nas telas da TV.

Parece-me que o católico conhece mal a própria Igreja. Na verdade, o que ele entende como Igreja se resume a dois dados: a sua paróquia e aquilo que as telas mostram. Mas a Igreja é muito mais do que isso…

Vamos recordar alguns “rostos” da Igreja que não sofrem nenhum efeito da Renovação Carismática ou de outras ramificações de cunho pentecostal. Quem fizer uma rápida varredura na Internet, vai achar todos estes dados.

 

  1. OFICINAS DE ORAÇÃO (TOV)

Seu fundador foi Frei Ignacio Larrañaga, sacerdote capuchinho, escritor e evangelizador. Sua obra consiste em preparar milhões de pessoas para a oração profunda e pessoal, que permite um encontro cotidiano com o Senhor, no dia a dia. Os livros publicados por Frei Larrañaga foram traduzidos para mais de dez idiomas.

 

  1. MOVIMENTO FAMILIAR CRISTÃO

O Movimento Familiar Cristão (MFC) surgiu no final da Segunda Guerra Mundial, no Uruguai, em 1950, a partir da iniciativa de casais cristãos que buscavam apoio mútuo para superar as dificuldades do pós-guerra. O movimento se expandiu para o Brasil em 1955 e visa fortalecer a família com base em ensinamentos cristãos, oferecendo suporte social, espiritual e humano a todos os tipos de famílias.

 

  1. EQUIPES DE NOSSA SENHORA

As ENS nasceram em 1938, em Paris, sob a liderança do padre Henri Caffarel. Ele foi procurado por casais que queriam crescer na vida espiritual. “Façamos o caminho juntos” – respondeu o Padre Caffarel. O objetivo é descobrir o lugar privilegiado do casal nos desígnios de Deus. Simultaneamente, fazem experiências de vida comunitária onde se realiza a promessa de Cristo de estar presente. A vida deles progride através da abertura aos outros, na união a Deus, entre os esposos e entre os casais.

 

  1. MOVIMENTO DOS FOCOLARES

É um movimento leigo internacional da Igreja Católica, fundado por Chiara Lubich em Trento, Itália, em 1943, com o objetivo de promover a unidade entre as pessoas. A palavra “focolare” significa “lareira” em italiano e evoca a ideia de lar e acolhimento, refletindo a espiritualidade do movimento. O movimento busca construir uma sociedade mais unida, justa e fraterna, atuando com propostas espirituais e sociais.

 

  1. COMUNHÃO E LIBERTAÇÃO

Em 1954, Do Pe. Luigi Giussani foi trabalhar no Liceu Berchet, em Milão, Itália. Diante da diminuição do interesse dos jovens pela fé e pelo anúncio cristão, ele lhes ofereceu uma proposta que visava, antes de tudo, à razão e à liberdade, convidando-os para um encontro com a beleza e desafiando seus corações a partir das exigências fundamentais que os constituem.

Esta foi a semente da história de um povo que hoje, em todo o mundo, vive sua fé numa comunhão vivida que incide e reanima todos os aspectos da vida cotidiana: do estudo ao trabalho, da escolha vocacional ao compromisso em todas as esferas da sociedade, seja educacional, cultural, política.

 

  1. APOSTOLADO DA ORAÇÃO

O Apostolado da Oração funciona como uma rede mundial de oração, em comunhão com o Papa, para a santificação pessoal e a evangelização das famílias. Sua principal atividade é o oferecimento diário da vida ao Pai (orações, obras, pensamentos, alegrias e sofrimentos) para colaborar na salvação do mundo e na edificação da Igreja.

O Apostolado da Oração é um caminho espiritual que a Igreja propõe a todos os cristãos para os ajudar a ser amigos e apóstolos de Jesus Ressuscitado na vida diária e despertar neles a capacidade missionária. Leva-os a uma aliança de amor pessoal com Ele, simbolizada no seu Coração.

 

  1. ENCONTRO DE CASAIS COM CRISTO

O ECC é um movimento voltado para casais e a instituição do matrimônio. Teve início em 1970, na paróquia Nossa Senhora do Rosário, na Vila Pompeia, São Paulo. Seu fundador foi o Pe. Alfonso Pastore. Tradicionalmente ocorre em um final de semana, quando marido e mulher refletem sobre vários aspectos da vida conjugal. Palestras, depoimentos e dinâmica de grupos fazem parte do processo.

 

  1. CURSILHOS DE CRISTANDADE

O movimento foi iniciado na Espanha, expandiu-se mundialmente e chegou ao Brasil na década de 1960. Os Cursilhos de Cristandade são um movimento eclesial católico que busca a evangelização através de uma experiência de três dias de retiro espiritual intensivo, seguido por um período de acompanhamento. O objetivo principal é formar cristãos que possam “fermentar com o Evangelho” os seus ambientes de vida, como família, trabalho e lazer.

 

  1. FOYERS DE CHARITÉ

Nascidos na França, em 1936, sob a inspiração de Marthe Robin, os Foyer de Charité oferecem um ambiente preparado para oferecer um espaço de silêncio e de contemplação para todos aqueles que buscam aprofundar ou repensar a suas orientações de vida à luz da fé cristã.

Sua missão consiste em oferecer retiros espirituais para todos. Cada casa é dirigida por uma comunidade de leigos, com um sacerdote à sua frente.

 

  1. Sociedade de São Vicente de Paulo

A SSVP é uma organização civil de leigos, homens e mulheres, dedicada ao trabalho cristão de Caridade. Nasceu em 1833, em Paris, na França, com um grupo de 6 jovens universitários católicos, entre os quais Frederico Ozanam, com o objetivo de aliviar o sofrimento das pessoas vulneráveis e fortalecer a fé de seus membros. Rapidamente a Sociedade espalhou-se pelo mundo e já está presente em 150 países.

Em seu trabalho caritativo auxilia diariamente cerca de 30 milhões de pessoas, por meio da dedicação dos cerca de 800 mil voluntários.

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Ainda poderíamos lembrar outras iniciativas que não revelam traços de pentecostalismo, como o Terço dos Homens, o Opus Dei, as Comunidades de Base e centenas de outros… Talvez eu devesse dizer “milhares…” Pena que, em geral, os párocos não gostem dos movimentos…

No entanto, esta é uma Igreja “discreta”. Mas uma Igreja viva…

 

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