O ébrio

Publicado por Antonio Ângelo 1 de novembro de 2016

Joaquin Sorolla, ost
Joaquin Sorolla, ost

O ébrio desce a rua em cirandas,
um pobre homenzinho sem compostura
de paletó surrado, calças sujas e botinas.

Na ladeira calçada, entre antigas casas,
o brilho fosco dos paralelepípedos molhados
pela chuva miúda, garoa fria, fina…

O homenzinho cai, dá de testa
na parede e solta risadas
dizendo que o mundo encolheu.

Às vezes para, mira o fim da rua,
resmunga algumas palavras
na língua estropiada dos bêbados.

Das janelas as pessoas observam,
riem cheias de compaixão,
estabelecidas em seu mundo de fenômenos lógicos.

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