O ébrio

Publicado por Antonio Ângelo 1 de novembro de 2016

Joaquin Sorolla, ost
Joaquin Sorolla, ost

O ébrio desce a rua em cirandas,
um pobre homenzinho sem compostura
de paletó surrado, calças sujas e botinas.

Na ladeira calçada, entre antigas casas,
o brilho fosco dos paralelepípedos molhados
pela chuva miúda, garoa fria, fina…

O homenzinho cai, dá de testa
na parede e solta risadas
dizendo que o mundo encolheu.

Às vezes para, mira o fim da rua,
resmunga algumas palavras
na língua estropiada dos bêbados.

Das janelas as pessoas observam,
riem cheias de compaixão,
estabelecidas em seu mundo de fenômenos lógicos.

Comentários
  • marcos apolinário santana 2723 dias atrás

    Os línguas bêbadas, em trapos, cruzam os caminhos do poeta andarilho, que caminha desatinado na garoa e talha poemas cortantes pelas ruas.

    MAS

  • aminthas 2752 dias atrás

    RIEM CHEIAS DE COMPAIXÃO
    ESTABELECIDAS EM SEU
    MUNDO DE FENÔMENOS LÓGICOS
    FATO É MEU AMIGO
    INCONSCIENTE,
    JÁ ESTIVE SOB ESSA COMPAIXÃO,
    ABRAÇOS AMIGO.
    AMINTHAS

  • Verly 2754 dias atrás

    Admiro cada dia mais, a profundidade de seus escritos. Um poeta fascinante. Que bom tê-lo por aqui e ser seu amigo.

Deixe um comentário

banner

Fundação Metro

Clique Aqui!