Pense, por exemplo, nos sistemas que compõem o corpo humano. O sistema circulatório é um conjunto de órgãos e estruturas que, combinadas, funcionam para distribuir o sangue por todo o corpo. Trabalham de forma integrada e interdependente, onde se uma das partes for suprimida haverá o comprometimento do funcionamento de todo sistema, até mesmo causando sua falência. Podemos pensar, também, no sistema de transporte de uma cidade. É composto pela infraestrutura viária, transporte coletivo, ciclovias, pontos de ônibus, estações de metrô, etc. O ideal é que o mesmo trabalhe com integração completa entre os modais de transporte para o atendimento à população e, ao mesmo tempo com conservação e melhoria da infraestrutura. Falhas em qualquer ponto geram estrangulamentos, causando transtornos à população, gerando prejuízos às cidades e comprometendo seu desenvolvimento.
Observe então que os sistemas resultam de interações entre suas partes em que a natureza do todo é sempre mais complexa que a soma de suas partes.
A partir destas constatações pode-se transferir uma base conceitual de “sistema” para os elementos da natureza (elementos bióticos e abióticos). Estes elementos são unidades perfeitamente separáveis enquanto temas isolados, porém, na complexidade dos estudos ambientais e espaciais, a integração destes temas deve ser considerada no que diz respeito ao estabelecimento de uma dinâmica ambiental, ocasionada pelo assentamento das atividades humanas e pelos processos meramente naturais.
Assim, para entender melhor a interação homem – meio ambiente é importante perceber, em uma escala planetária, que a Terra também possui como característica a interdependência das partes, onde é impossível compreender qualquer aspecto isolado sem referência à sua função como parte do todo.
Um conceito vindo da escola russa resume esta perspectiva sistêmica do ambiente como Geossistema, que nada mais é do que analisar o meio ambiente de forma integrada, sistematizada, dinâmica, considerando que a “enfermidade” de uma variável pode causar menores ou maiores impactos à qualidade de vida dentro do planeta.
A Terra é portanto um imenso sistema vivo, funcionando de forma perfeitamente integrada como um conjunto de partes ligados por fluxos de energia. Felizmente esta visão geossistêmica tem sido amplamente discutida e considerada quando do desenvolvimento de políticas públicas para conservação e preservação ambiental. Afinal, se o homem entender que ao tirar uma árvore, o solo, a água, o ar e a vida relacionada estão comprometidos, temos já uma nova base de discussão sistêmica da educação ambiental planetária.
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