Por mil e uma noites

Publicado por Lucio Carlos Ferraz 26 de janeiro de 2011

Quatro as estações,

É o tempo que percorro,

É o tempo que diviso,

No espaço multivário,

Viajando pelas galáxias,

Imperceptivelmente,

Por mil e uma noites,

Mais uma vez.

Esculpirei na pedra o poema do milênio?

Conhecerei outra cifra,

Outra estranha algaravia?

É a mosca socrática,

Interrogativa,

Imperando.

Entre o vórtice e o remanso,

Debruço-me interrogativo,

Sobre o dorso da amada,

Colhendo e recolhendo,

O prazer e a dor,

Da construção de cada dia.

E nas dobras do tempo,

As águas do rio rubim,

Tomarão o amazonas.

Numa vaga incessante.

Ah! Poeta! Ah! Poeta!

Sacerdote do futuro,

Entre ervas e óleos,

Invocarei,

Aprendiz de demiurgo,

Um novo tempo.

Que Homero foi um cego,

Mas sua poesia não.

Miltoncego,

Borgescego.

É esta cegueira,

Profusa e incessante,

Que revelará,

O lume incendido,

Do caos primordial?

Ah! Poeta! Ah! Poeta!

Por mil e uma noites,

Viveremos novamente,

Quatro novas estações,

Mais uma vez.

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