Longe das tramas hollywoodianas, o último filme de Almodóvar, “Abraços Partidos”, “Abrazos Rotos”, traz a irreverência do mestre, a postura assumida de paixão pelo cinema dentro do cinema, de ficção dentro da ficção, que só ele traduz.
A espanhola Penélope Cruz, com sua exuberante beleza e excelente atuação, vive a personagem Lena, uma mulher forte e determinada, que por circunstâncias econômicas e afetivas, acaba se tornando amante de um rico e poderoso empresário que a ama, ainda que sob ameaça e pressão.
A trama se torna excitante, quando a protagonista descobre sua verdadeira vocação: ser atriz. Então, ela conhece o cineasta Mateo (Luiz Homar), que vive entre o mundo cinéfilo, que o inspira e alucina, e seus conflitos existenciais.
Esse encontro resulta num turbulento amor que é regado a paixão, traição e obsessão, como é natural das histórias do diretor.
Fotografia extraordinária! Cenários deslumbrantes da Ilha de Lanzarote, no Arquipélago das Canárias, da Espanha, a mesma que o escritor José Saramago escolheu para viver seus últimos anos.
Trilha sonora emocionante, música “Werewolf” de Cat Power!
A tradução da letra é assim:
“Oh o homem-lobo, Oh o homem-lobo
Vem passando
Ele sequer quebra os ramos por onde esteve
Uma vez eu o vi ao luar, quando os morcegos voavam
Eu vi o homem-lobo, e o homem-lobo estava chorando
Chorando ninguém sabe, ninguém sabe, o corpo sabe
Como eu amei o homem, enquanto eu rasgava suas roupas
Chorando ninguém sabe, ninguém conhece minha dor
Quando eu vi que nascia essa lua cheia outra vez
Pois o homem-lobo, o homem-lobo tem compaixão
Pois o homem-lobo, alguém como você e eu
E ele só vem para mim, eu toco essa pequena flauta
A noite inteira, até a luz do dia, estamos condenados a tocar
Pois o homem-lobo, o homem-lobo tem compaixão
Pois o homem-lobo, alguém como você e eu”
Enfim, a obra é, sem dúvida, uma auto-superação! Particularmente, admiro todos os filmes do Almodóvar, mas este, em especial, é estupendo.
Confira o trailer:
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