Exposição “Cor & Movimento”
da pintora Marina Jardim
Galeria de Arte do SESC/MG
Abertura dia 1º de setembro de 2010
Rua Tupinambás, 956/1º andar
Centro – Belo Horizonte – MG
de 18:30 às 22:00
Exposição: 2 a 30 de setembro de 2010
de 2ª a 6ª de 12:30 às 18:30
Fone: (31) 3279-1462
Precisamos de sentimentos e sensibilidade, mais do que de olhos para ver e perceber as belezas que nos cercam. Foi essa a percepção que foi se aguçando e se apurando à medida que eu olhava os quadros de Marina Jardim, filha da cidade Rubim, na região do Vale do Jequitinhonha, hoje na Capital Mineira. Logo que a gente chega à sala de Marina, a vista é abençoada com as cores vivas de seus quadros. Um amarelo diferente, forte, quase ouro, um vermelho suave carmim, azul como classificá-lo se é único, matizes justos e bem adaptados a cada situação.
Os motivos me chamaram a atenção, e só lá pela quarta vez que visitei aquela casa é que consegui identificar a cultura do Vale. Primeiro a alegria e a tristeza mescladas com predominância da primeira. Depois são os traços mesmos da região. Uma interação da artista com o povo de sua região com imaginação e o idealismo da cultura do vale, brota naturalmente do coração da artista. A dança aparece em quantidade. Muitos quadros com a dança alegre e as brincadeiras de todos os tipos, sempre com muito movimento e festividade. Olhando atentamente vamos distinguindo a música com instrumentos ocultos pela expressão musical muito mais do que pelos contornos físicos dos objetos. Os chapéus, característicos do interior e mais ainda daquela região, surgem nitidamente. Quando permanecemos observando com a alma solta, vamos percebendo os rostos com alegria e serenidade. Tudo começa a ser criado na pintura, mas ganha vida e interpretação em nossa mente. Distorções artísticas fazem dos modelos naturais uma expressão do sentimento de uma alma tão sensível. Em sua vivência, convivência e observação, a artista fixa sua observação dos objetos que representam sem a pura preocupação com estilizações ou conceitos pré-estabelecidos no mundo da arte.
Ah, as roupas alegres e festeiras. Como são belas. Uma saia diferente como se fosse feita de retalhos, expressa uma rodada, quase dança feminina e festiva de uma menina também festeira trajando uma roupa que é também quase fantasia. É fabuloso!
A variedade de imagens é grande. Aquele quadro maior ali na sala, onde a mensagem aparece em forma de aviãozinho de papel, traz muita beleza e uma quantidade imensa de idéias e impressões que a mente cria prodigamente. A proximidade das formas e o uso característico de cores e linhas procura imprimir impacto emocional a seus trabalhos artísticos. Sem a preocupação pictórica de fotografar os temas representados, ainda assim conserva a nítida lembrança de sua gente e da cultura da região.
Numa primeira vista, os quadros são muito parecidos. Mas, quando fixamos nosso olhar em algum deles, vamos descobrindo a diferença nos traços tão semelhantes. A inspiração sempre a mesma: o amor. O amor perpassa todos os quadros e vai marcando cada pincelada com sentimento mais profundo de uma pessoa que se reencontra e se ama terna e comovente, o bastante para se tornar ainda mais bonita. E sua beleza vai se recendendo a toda hora em cada cantinho de sua arte.
A pintura de Marina Jardim mais do que realçar a beleza de uma casa, traz em si muito dessa dádiva com que a Marina quer nos presentear. É um estilo muito pessoal, marcante mesmo, de personalidade firme, os temas variando e trazendo histórias que cada um pode recriar a seu bel prazer.
Inexplicavelmente, as artistas têm esse dom, e creio que os dons são divinos de nos oferecer artes que melhoram o ambiente e elevam a qualidade de nossas vidas. E quando começamos a colecionar obras de arte vamos elevando nossa sensibilidade e aprendendo a gostar ainda mais da vida. As obras de arte e a pintura consequentemente, são fortes fatores de desenvolvimento mental e espiritual.
Fico imaginando quanto sucesso pode lhe acontecer na exposição que fará em Setembro, no prédio do SESC. É bom se preparar para apreciar os belos quadros e, mais ainda, para ter o prazer de apreciar a beleza de uma dessas belíssimas obras de arte em sua sala por toda sua vida. Vamos lá sonhar um pouco. Sonhar é livre. Viva a liberdade de sonhar!
Comentários
Sempre gostei dos quadros de Marina: sao alegres, bonitos e retratam (sem foto) o dia a dia no campo na cidade e em nos mesmo. Não só gosto dos quadros como da pessoa que é. Lucia