25. Cheiro da maçã madura.. Há algumas décadas quando toda maçã vinha da Argentina, as pessoas do interior, quando vinham à capital, compravam as famosas manzanas argentinas que vinham envoltas em um papel azul bem fininho, as mocinhas guardavam o papel cheiroso junto das roupas ou dos cadernos;
26. Cheiro de manga rosa… madura… Manga rosa é fruta poderosa, é sumo manga madura, nada mais prazerosa quando colhida do pé em dia quente e com tempo de sentar embaixo da arvore e degusta-la lentamente. Manga não se come em prato com garfo e faca, não tem graça. Manga se chupa devagar com caldo escorrendo sem medo de se lambuzar e depois fica um prazer diferente do gosto e do cheiro que perdura. Manga é fruta de criança e só se ainda tivermos uma criança dentro de nós seremos capazes de chupar uma manga como ela merece ser apreciada. Não é fruta de festa, não é fruta de jantares, é fruta de interior, é fruta de bando de criança e é fruta perigosa, de sensual que é, tem que ser limitada, não coma de noite, não misture com leite que mata, não coma em público. Pergunta primeiro para a mãe para ver se pode. É fruta de comer escondido, com gosto de pecado e depois nem dormir direito com medo do leite fazer mal.
27. Caju maduro, toda vez que adentro na cidade, principalmente nos “beerreobrós”, palavra piauiense que designa os meses terminados em “bro”, me vem à mente a memória olfativa do cheiro de caju. Isso mesmo, a cidade pode ser percebida também pelos seus cheiros. Em Camocim, município cearense de deslumbrantes praias, o caju da maresia se sobressai por sua condição litorânea, mas, difícil esquecer o cheiro agridoce de caju que impregnava a entrada da cidade, desde muito antes do Bairro da Tijuca e terminava na Fábrica de Castanha (atual Democrata).
28. Mexerica, bergamota além do cheiro marcante que agrada muita gente o cheiro fica e denuncia quem chupa a fruta.
29. Limão, o limão verdinho, especialmente a casca tem um cheiro que melhora doces e sabores.
30. Abacaxi, ananás cheiro e sabor sem igual
31. O murici é uma frutinha do mato que além de um sabor especial tem um cheio peculiar muito bom para fazer licor pelo cheiro atraente.
32. Jenipapo– “‘Que cheirinho bom, que perfume a senhora está usando?
– Perfume? Eu?
– Cheirinho de jenipapo!
– Olha, moço… só passei repelente de insetos…
– Mas a senhora está com um cheirinho tão bom, desde que a senhora entrou no carro eu estou sentindo. A senhora me dá licença?
O taxista segura o meu antebraço com as duas mãos, o eleva um pouco, abaixa a cabeça e aproxima seu nariz:
– Pois seu repelente tem cheiro de jenipapo, ô cheirinho bom!”‘
(continua)
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