Remontando peças de um quebra-cabeça

Publicado por Editor 3 de setembro de 2019

O poder da recapitulação é que revolve todo o lixo das nossas vidas e o traz para a superfície.

Os feiticeiros acreditam que à medida que recapitulamos as nossas vidas, todo o entulho chega à superfície. Percebemos as nossas inconsistências, nossas repetições, mas algo em nós coloca uma tremenda resistência para recapitularmos. Os feiticeiros dizem que o caminho fica livre somente depois de uma revolução gigantesca, depois de aparecer na nossa tela da memória um evento que mexe com as nossas bases com uma clareza de detalhes aterrorizadora. É o evento que nos arrasta para o momento exato em que o vivemos. Os feiticeiros chamam aquele evento de condutor, porque daí em diante cada evento que mencionamos é revivido, não meramente lembrado.

Caminhar é sempre algo que precipita as memórias. Os feiticeiros antigos acreditavam que tudo o que vivemos armazenamos como uma sensação na parte posterior de nossas pernas. Consideravam a parte posterior das nossas penas como o armazém da história pessoal do homem. Portanto, vamos agora caminhar nas montanhas.

Depois de uma boa caminhada você estará pronto para começar essa manobra dos feiticeiros de encontrar um condutor: um evento na sua vida que você lembrará com tal clareza que servirá como holofote para iluminar todo o resto da sua recapitulação com a mesma clareza, ou com clareza comparável. Faça o que os feiticeiros chamam de remontando peças de um quebra-cabeça. Alguma coisa o levará a se lembrar do evento que servirá como o seu condutor. Dedique a isso o seu melhor. Faça o seu melhor.

Contar minuciosamente eventos é mágico para os feiticeiros. Não é apenas contar histórias. É ver a trama por baixo dos eventos. Essa é a razão porque esse relato é tão importante e vasto.

O único comentário que posso fazer é que os guerreiros se deixam levar. Vão aonde o impulso os leva. O poder dos guerreiros é estarem alertas, obter o máximo efeito com o menor impulso. E acima de tudo, o poder deles consiste em não interferir. Os eventos possuem uma força, uma gravidade própria, e viajantes são apenas viajantes. Tudo à sua volta é só para seus olhos. Dessa forma, os viajantes constroem o significado de cada situação, sem nunca perguntar porque ocorreu dessa ou daquela maneira.

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