Vale do Jequitinhonha, vale ver

Publicado por Christian Vitorino 23 de outubro de 2015

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Paisagens maravilhosas, um povo simples e hospitaleiro. Considero este um dos lugares mais importantes para minha trajetória profissional e minha formação cultural. Metade de mim possui raízes diretas do Vale do Jequitinhonha. Meus avós maternos nasceram, cresceram e tiveram seus filhos no médio Vale, incluindo minha mãe. Cresci escutando casos da região, as histórias de vida de meus avós que buscaram na capital mineira uma luz para a evolução profissional e melhores condições para a criação de seus 5 filhos. Minha avó, a escritora e poetisa Maria Nelly Lages Jardim, traduziu em forma de poemas e livros um pouco da história e das estórias do Vale. Meu avô, Dr. Écio Jardim, dentista e musicista (por hobby) nos alimentou de seu talento artístico, adquirido no Vale e aperfeiçoado durante sua trajetória.

Frequentei, por poucas vezes na infância, o distrito de Queixada no Município de Novo Cruzeiro. Lembro-me vagamente de algumas passagens por lá. Porém, foi através do convívio familiar que tive mais conhecimento da região, dos problemas, das dificuldades, também das virtudes, das qualidades. Araçuaí e Itinga sempre foram os palcos principais desses relatos.

Até o ano de 2005, eu já com 28 anos, era um mero ouvinte, sem nunca ter pisado por lá nas fases jovem e adulta. Foi quando a empresa em que eu trabalhava à época foi premiada, isso mesmo, premiada com um contrato para a elaboração dos Planos Diretores dos Municípios de Araçuaí e Itaobim, ambos no médio Vale do Jequitinhonha. Finalmente tive a oportunidade de conhecer efetivamente minhas origens, mas não as origens familiares, e sim os locais e a região que culturalmente moldou a minha história e contribuiu para minha formação profissional e acadêmica.

Ao pisar pela primeira vez no Vale, olhando o Rio Jequitinhonha, sentindo a sua brisa, a sua luminosidade, a sua paisagem, recebi uma energia diferente. Senti um bem estar que nunca havia sentido antes, algo ao nível espiritual. Não sei se é pelas raízes, ou se é pelo ambiente, pela luz, pelas águas, mas fato é que este contato foi uma experiência diferente, prazerosa.

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Um pouco antes daquele momento, além de desenvolver um projeto de consultoria, estava em dúvida com relação à temática do meu mestrado. Dúvida esta definitivamente resolvida quando pisei pela primeira vez no Vale. Dadas as circunstâncias ambientais, políticas e sociais, escolhi, junto com meu orientador, um grande amigo e falecido Professor Dr. Heinz Charles Kohler, o Município de Itaobim.

Foram dois anos de trabalho entre consultoria e mestrado, entre relatórios, mapas e dissertação resultando em um estudo geoambiental de todo o território, com enfoque no planejamento territorial e sua relação com a sócio-economia local. Gostaria de deixar em aberto os próximos relatos sobre minha experiência em Itaobim, em que relembrarei de forma um tanto quanto saudosista o que vi e vivi naquelas pitorescas paisagens e ainda contribuir para uma perspectiva ambiental e social da região. Para quem nunca esteve por lá, recomendo um banho no Rio Jequitinhonha. Vale a pena!!!

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