A praça não é do povo

Publicado por Antonio Ângelo 15 de outubro de 2018

A praça não é do povo

Na Praça dos Três Poderes
o Brasil não se assiste;
na Praça dos Três Poderes
a Pátria será que existe?

Lá, a democracia rasteira,
cega, circo de vaidades,
criação esdrúxula, estreita,
de oligarquias arcaicas.

Na Praça dos Três Poderes,
o que faz a Justiça,
um executivo sem freios,
uma Assembleia cediça?

Ao Povo, só dividendos,
impostos a mãos cheias,
sementes lançadas ao vento
no plantio sem colheitas.

Tempos houve nos quais
nos afrontavam as baionetas,
que, execrando a liberdade,
as mãos traziam-nos presas.

Na Praça dos Três Poderes,
nenhum jardim floresce;
na Praça dos Três Poderes
Niemeyer não se reconhece.

É onde ponteiam castas,
códigos penais em riste,
de costas para a senzala
que em sua faina resiste.

No descarte do futuro,
em loterias fraudadas,
criam jogos obscuros
usando cartas marcadas.

Até onde os olhos alcançam
abarcando um país inteiro,
depreende-se: a esperança,
desertou da Três Poderes.

Comentários
  • aminthas 1981 dias atrás

    Há meu querido amigo , a praça já não é do povo há muito tempo, a nos como você bem disse só dividendos. Você já é meu poeta preferido há longo tempo, e seus poemas são disseminados para minhas gatas com miaus retumbantes…..

  • Wesley 1989 dias atrás

    Até a megasena? Tem certeza? Coitado de mim!

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