Abstractio

Publicado por Bira Ribeiro 4 de abril de 2016

Abstractio


Absorto em mim
Sob forma definitiva
Desapego-me do poeta
Esqueço-me até que sou
Comportado por natureza

Submisso do seu amor
Subjugo o meu corpo
E ao te possuir
Conjugo verbos obscenos
Privados do pudor ingênuo
De uma suposta poesia

No molejo clássico da sua cama
Insaciável fonte de deleite
Atrevo-me a degustá-la
Em lúbricos goles moderados
De um vinho quase doce

Filosofo falas que nunca imaginei saber
E num arrepio malicioso
Entre sussurros grogues
E gritos quase abafados
Eu me abandono
Ao regalo do poeta que sou

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