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Publicado por Lucio Carlos Ferraz
Data da publicação: 22/09/2020
Esta gente espantalha, Violenta e idólatra, Um plano certamente tem. Quer o pobre encurvado, Para manietá-lo de pronto. Ser capataz do império, E das sobras o dono, É o desejo deste tanto. Como uma cunha invertida, Que na superfície aflora, Esta elite indecente, Fere os pés do vivente, Deixando-o à própria sorte. Hoje o pavor assombra, Será do amanhã afastado. Nesta via do incógnito, O futuro não comporta, Este tip...
Publicado por Lucio Carlos Ferraz
Data da publicação: 07/08/2020
Nestes tempos de treva, Dissemina-se incontida, A milícia que entranha. A milícia é um câncer Ou um tipo de máfia. Esta estrutura pavorosa, Pela violência ou malícia, Assassina quem resiste, E o que sobra, torna escrava. Esta fera do achaque Que aterroriza e mata, Na periferia explora, A extorsão e chantagem, Fazendo desta prática, Uma banalidade diária. Engendrado pela fúria, O próprio ódio encarnado, Ardilosamen...
Publicado por Lucio Carlos Ferraz
Data da publicação: 23/07/2020
Na própria casa do povo, Em um crime de lesa-pátria, Para escárnio de todos, Foi uma infâmia consumada. O país entorpecido, Pelo insulto e afronta, Pela hediondez cometida, Aparvalhado se encontra. É um múltiplo tormento, Este elogio macabro, Que o vulto do sinistro, Bovinamente apoiado, Ainda celebra a tortura, E o verdugo, consagra. Fosse expulso ou preso, A um hospício enviado, Para assombro do mundo E gáudio do az...
Publicado por Lucio Carlos Ferraz
Data da publicação: 10/06/2020
Minas são muitas, As “palomas” são mais, Minas do coronel, As “palomas” de aluguel. As palomas não cabem no mundo, Mundo tanto e singular, Mas as “rameiras” das Minas, São das Minas bem gerais. A “paloma” é uma “hetaira”, Que se revela singular, Tanto no seu prazer, Que é muito desigual, Quanto na própria dor, Mais que tudo, visceral. Neste ofício tão antigo, Quanto o primeiro castigo, O pecado já...
Publicado por Lucio Carlos Ferraz
Data da publicação: 06/05/2020
Depois de caminhante e andarilho, plagas estranhas e imprevistas, ainda aguardam o poeta. O bardo de longeva idade, Não claudica, retoma o passo Com a força de uma locomotiva, E fará de velhos cenários, E da memória percuciente, Scripts para um novo Glauber. Delírios, delírios! Suavíssimas, as sombras do passado, O levam pelas mãos, Encantando-o de memórias. O que divisará ele, pensativo? Quem sabe o brevíssimo tem...
Publicado por Lucio Carlos Ferraz
Data da publicação: 10/12/2012
Eh! Poeta… Eh! Poeta O espírito de fim de ano o acomete, e os sinais são de sombrias rememorações. Vai cabisbaixo, Semi-olhando com seus olhos espectrais, Um mundo que não existe mais. A cangalha partida se agiganta, e ainda assombra, lambendo como uma chama, os fragmentos deixados, displicentemente, na moldura da memória. Uma cidade partida, de um menino que partiu, e que teimosamente, sempre retorna. Uma serra pa...
Publicado por Lucio Carlos Ferraz
Data da publicação: 19/07/2012
Evoé, evoé, que o poeta as palavras, senão as constrói, as descobre e inventa; E bem humorado, à poesia cúmplice, alegremente recorre. E vai ele rebuscando, na carpintaria dos vocábulos, a palavra e o sentido, muitas vezes perdido no seu estado de espírito. Evoé, evoé pois se a cidade grande o aguarda, uma outra caprichosamente, me acolhe e assiste. São os ventos do East River São os ventos do Hudson River evocando...
Publicado por Lucio Carlos Ferraz
Data da publicação: 26/01/2011
Quatro as estações, É o tempo que percorro, É o tempo que diviso, No espaço multivário, Viajando pelas galáxias, Imperceptivelmente, Por mil e uma noites, Mais uma vez. Esculpirei na pedra o poema do milênio? Conhecerei outra cifra, Outra estranha algaravia? É a mosca socrática, Interrogativa, Imperando. Entre o vórtice e o remanso, Debruço-me interrogativo, Sobre o dorso da amada, Colhendo e recolhendo, O prazer e...