Fuga

Publicado por Antonio Ângelo 1 de agosto de 2014

Trazia o inverno
o seu tanto de brumas,
esmaecimento de luzes.

Onde sua graça?

No clima invernal,
noites longas,
rançosas manhãs.

Ao alvorecer, tudo negava.

A mancha de sangue
anunciando a contração raivosa
do órgão estéril.
No acinzentado da serra em frente
amareleciam as gramíneas.

Caminhos abandonados
seguindo para vilarejos desabitados,
casas de portas cerradas, janelas violadas.

Agosto e seus ventos a levaram.

Comentários
  • Wesley 3514 dias atrás

    Mais uma vez a excelência do poeta nos trazendo, em palavras curvas, a paisagem anunciada ao leitor-caminhante pelos desvãos que somente a poesia pode proporcionar. E que somente alguns poetas possuem o talento de esculpir no papel.

  • Marcos Apolinário Santana 3524 dias atrás

    Esses ventos de agosto, e outros ventos, como os do mestre Aníbal Machado, contam histórias e as gramíneas continuam vagando nos caminhos…
    Parabéns e esperamos o lançamento do seu livro.

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