Mostra de cinema russo em BH – 100 anos da Revolução de Outubro

Publicado por Editor 6 de setembro de 2017
mostra de cinema russo

mostra de cinema russo

13 de setembro a 08 de outubro
Entrada Franca
Local: MIS Cine Santa Tereza
R. Estrela do Sul, 89 – Santa Teresa – BH
Tel: (31) 3277-4699

O Centro Popular de Cultura, CPC, foi criado em 1961 no Rio de Janeiro, ligado à UNE, União Nacional dos Estudantes, e se propunha a atuar em várias áreas culturais, com música, teatro, cinema, artes plásticas e literatura, com o objetivo de criar e divulgar o que denominavam ”arte popular revolucionária”, visando o caráter coletivo e politicamente didático da obra de arte, bem como o engajamento político e social do artista, naquele momento em que a sociedade brasileira vivia um momento de polarização que culminou com o golpe militar de 31/03/1964.

No núcleo criador do CPC se destacavam nomes como o sociólogo Carlos Estevam Martins, o dramaturgo Oduvaldo Viana Filho, os cineastas Leon Hirszman e Carlos (Cacá) Diegues e o poeta Ferreira Gullar. Os CPCs se notabilizaram pela produção de debates e grandes espetáculos que marcaram a cena cultural brasileira naqueles anos agitados.

Nos anos 2.000 um grupo de intelectuais e artistas de São Paulo resolveu retomar as atividades do CPC e passou a produzir debates, mostras de cinema, CDs de sambistas, repentistas e grupos de cultura popular, entre muitas outras atividades.

Esta Mostra de Cinema Russo, em parceria com a empresa TM Eventos e Prefeitura de Belo Horizonte, Fundação Municipal de Cultura, com apoio da Associação Cultural Jose Marti será a primeira atuação do grupo CPC na capital mineira, fazendo chegar ao público, gratuitamente, importantes filmes russos em uma mostra comemorativa, já que em outubro próximo se completam 100 anos da Revolução Russa de 1917.

Serão exibidos 23 filmes russos legendados em português, a maioria inéditos no Brasil, que abordam as contradições de diversos períodos em que se divide a Revolução Russa: a Rússia pré-revolucionária, a Primeira Guerra Mundial, a Revolução de Outubro, a fase conhecida como “Comunismo de Guerra”, a NEP (Nova Política Econômica), o Plano Quinquenal (Industrialização Acelerada e Coletivização da Agricultura), a Segunda Guerra Mundial, a consolidação do Socialismo, o período revisionista, a restauração capitalista e o atual período marcado pela busca de um caminho próprio no cenário internacional.

Maiores informações: 31-98474-2050 (Tadeu Martins)
31-3277.4699 (MIS Cine Santa Tereza)

PROGRAMAÇÃO DA 1ª SEMANA 11 a 15 de Setembro/2017
• Dia 13 de setembro – 4ª Feira – 19h30
LENIN EM OUTUBRO

Direção – Mikhail Romm (1937), 108 min.
com Boris Shchukin, Nikolai Okholopov, Yelena Stratova.

Sinopse

Neste clássico de Mikhail Romm, estamos em 1917. A Frota do Báltico e unidades do Exército estão sublevadas contra o governo Kerenski, quando os soldados unem suas vozes às dos operários e camponeses que exigem paz: a saída da Rússia da guerra mundial. Lenin chega a Petrogrado num trem vindo da Finlândia e na reunião do Comitê Central, de 10 de outubro, derrota as resistências de Zinoviev, Kamenev e Trotsky para deflagrar a insurreição. Paralelamente, as forças contrarrevolucionárias organizam uma caçada para matar o líder dos bolcheviques. Os acontecimentos se precipitam em ritmo veloz até o momento final: sob as bandeiras de “Pão, Paz e Terra!” e “Todo Poder aos Sovietes!”, a Revolução de Outubro triunfa.

Dez anos depois do “Outubro”, de Eisenstein, onde os protagonistas são as massas trabalhadoras, Romm aceita o desafio de individualizar e dar vida à figura de Lenin. Em 1927, às voltas com a sua teoria sobre o “herói coletivo” e com as limitações do cinema mudo, Eisenstein mostra Lenin no filme, mas não consegue encaixá-lo no processo revolucionário que liderou. Realizado para as comemorações do 20º aniversário da Revolução, em 1937, o filme de Romm é o primeiro onde Lenin fala, pensa e interage como ser de carne e osso.

O filme “Lenin em Outubro” termina com a vitória da Revolução, mas sua estabilização ainda demoraria três anos. Só em março de 1918, após isolar a oposição de Bukharin e Trotsky, Lenin pôde cumprir o compromisso de retirar a Rússia da primeira guerra mundial, mesmo tendo que ceder territórios à Alemanha. O ato selou a confiança dos trabalhadores, soldados e marinheiros nos bolcheviques, e garantiu apoio ao poder soviético quando as tropas da intervenção anglo-franco-nipo-polaca reforçaram os exércitos brancos que visavam restaurar a velha ordem. A guerra civil durou mais de 30 meses e terminou em novembro de 1920.

• Dia 14 de setembro – 5ª Feira – 19:30h
O VELHO E O NOVO

Direção – Serguey Eisenstein (1929), 90 min
com Marfa Lapkina, Konstantin Vasilyev, Vassily Buzenkov, M.Ivanin e Ivan Yudin.

Sinopse

Produzindo individualmente, com técnicas arcaicas, os camponeses pobres que compunham na época a ampla maioria da população da URSS mal conseguiam sobreviver e eram impiedosamente explorados pelos kulaks (camponeses ricos). Cansada de comer o pão que o diabo amassou, a camponesa Marfa Lapkina decide reforçar o movimento pela coletivização da agricultura organizando um kolkoz (cooperativa) com seus vizinhos.

De início, a adesão é pequena, mas em meio a uma intensa luta ideológica entre as velhas e as novas concepções as vantagens da produção coletiva vão se afirmando. Ponto alto do cinema silencioso, “O Velho e o Novo” explora ao máximo os recursos da montagem dialética.

• Dia 15 de setembro – 6ª Feira – 17h
O CAMINHO PARA A VIDA

Direção – Nikolay Ekk (1932), 95 min.
com Nikolai Batalov, Mikhail Zharov, Yvan Kyrlya.

Sinopse

Primeiro filme sonoro soviético, “O Caminho Para a Vida” se inspira no trabalho teórico e prático do pedagogo, nascido na Ucrânia, Anton Makarenko (1888-1939), que à frente das colônias Gorki e Dzerzhinsky, nos anos 20 e 30, desenvolveu um método de ensino e socialização de jovens que haviam vivido na marginalidade, cuja base era a vida em comunidade, trabalho, disciplina e a participação dos internos na organização da escola. Para a recém-fundada República Soviética, essa recuperação tinha, além do sentido humanitário e social, um caráter político. Tratava-se, como afirmava Felix Dzerzhinsky, de impedir que os jovens delinquentes continuassem a servir como massa de manobra da contrarrevolução.

O tema do filme é a reabilitação de gangues de meninos que vagavam pelas ruas, em 1923, pouco após o término da guerra civil. As lealdades dos jovens estão divididas entre Zhigan, que os exorta a continuarem ladrões, e Sergeev, o chefe de uma escola-comuna. “Estrada Para a Vida” ganhou o prêmio de Melhor Direção, no Festival Internacional de Veneza (1932). As dedicatórias poéticas apresentadas na introdução e no final do filme são interpretadas por Basil Katchalov.

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