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Publicado por Guto Amaral
Data da publicação: 09/05/2013
A verdadeira militância É estar não posicionado Nem direita, nem esquerda Sigo sendo inconformado Desde a mais tenra infância Da qual não sei se posso Sair sem que me perca Sem cair no fosso Da hipocrisia insólita Do ateísmo celular mitológico Da formação poética caótica Do excesso de verdades fisiológico Da busca pela busca e não pelo achado Da fenda que se abriu em meu crânio rachado Da negação do eu e do n...
Publicado por Guto Amaral
Data da publicação: 01/03/2013
Sigo sorumbático Pisando os sonhos de minha gente Sigo emblemático Reconstruindo temas incoerentes Sigo por sobre os cacos De vidas remanufaturadas Vivo a tanger o acaso Por sendas amarguradas E ressurjo pastor Da vara endemoniada Da estrela que não se apaga Da lua cor de carmim Paus e pedras nada podem Sigo por espinhos que surgem Até encontrar a mim E a mim, me vejo Conforme a cruz que envergo Tropeço, e ainda não enxe...
Publicado por Guto Amaral
Data da publicação: 27/12/2012
Proponho agora A desmentirização do mundo O enverdadeiramento do ser humano Capitalista mundano Desumano imundo Perversidão que ignora Que a mentira de agora É a degeneração do amanhã. Amanhã?, que amanhã? Compartilhar este Artigo
Publicado por Guto Amaral
Data da publicação: 29/11/2012
Já não quero olhar para trás Da estrada que percorri Trago as poesias que me escolheram As cicatrizes que se abriram As tralhas que adquiri E um apetite voraz Sozinho parti e sozinho chego Mas não me perguntem por onde andei Juntando poemas que nunca escrevo Formando um poeta que jamais serei Mas volto sereno Pois sobrevivi à neblina Ao olhar que recrimina Ao gosto do veneno E de volta me encontro À casa que me acolheu N...
Publicado por Guto Amaral
Data da publicação: 26/10/2012
Já não resta viv’alma Já não há testemunhas Restei só, porém solene De olhos mareados e pedras nos sapatos Ouvindo o bater surdo do relógio E o cair do orvalho lá fora Pensando cá com meus botões Que diabos estou fazendo aqui? Só, neste salão arrumado Aguardando algo que jamais virá Apago o cigarro e pego o chapéu para ir embora Mas eu bem sei que não vou Eu nunca vou Foram-se todos e eu fiquei aqui Queria se...
Publicado por Guto Amaral
Data da publicação: 10/10/2012
Jogar com palavras Jogar com idéia Manter-se sincero Mentindo descaradamente Jogar por jogar Pegar o universo Jogá-lo pela janela. Manter-me à parte Sabedoria Que rima com Covardia Medo de mudar meu destino Morre em mim o desejo de vida Ao pensar que para domá-lo Devo antes agarrá-lo Expor-me ao risco de me perder Entre aquilo que sou E o que queria ser Entre o adormecer E a formação do sonho Entre o verbo E o tempo que...
Publicado por Guto Amaral
Data da publicação: 21/09/2012
Se um café Pudesse aquecer-me a alma Se João Gilberto Pudesse fazer-me esquecer-te Se eu ouvisse a minha razão E não a emoção volúvel Do que chamam coração Talvez eu tivesse paz Talvez eu não sofresse Mas daí eu não escreveria Que diferença faz Trocar de dor não faz sentido. Se ao invés de teu amigo Eu fosse teu amante Objeto tímido de teu amor Viveria a alegria inconstante De reconhecer-me O mais afortunado ho...
Publicado por Guto Amaral
Data da publicação: 05/09/2012
Nunca me perguntei porque a desgraça se abateu assim sobre mim Aceitei meu fardo E o carrego conformado Enquanto prossigo o caminho sem fim Trago comigo a marca da raça Que expulsa do paraíso Se esqueceu de esquecer E por isso tenta inutilmente Recriar o que sonhos dementes Insistem em relembrar Pintei, esculpi, ensaiei, bailei Ainda que não tenha usado nada Além de palavras tolas e desculpas descabidas Recriei com minha ...