Congado, herança ancestral – William Mota

Publicado por Editor 27 de abril de 2015

Congado, herança ancestral – William Mota

asdad

Secretaria Municipal de Educação

Rua Carangola, 288 – Bairro Santo Antônio – BH

(prédio da antiga FAFICH)

De 18 de abril a 18 de maio/2015

De 9 às 17h

Informações

(31) 3277-8647

A Secretaria Municipal da Educação de Belo Horizonte, em parceria com o Instituto Cultural Casarão das Artes, convida para a exposição “Congado, herança ancestral”, do artista plástico William Mota. O artista desenvolve sua produção permeando o universo da cultura africana e afro-brasileira, explorando as cores e os símbolos. Na série Congado, Mota retrata esse poderoso instrumento de resistência negra com grande riqueza plástica.

O Congado é uma festa religiosa que tem mais de 300 anos. Essa tradição passada dos mais velhos para os mais novos tornou-se também um elo familiar. Para conhecer a história e cultura do nosso país é necessário conhecer o que esse movimento de resistência, patrimônio imaterial brasileiro, representa para a negritude e para o povo brasileiro.

O marginal – um artista múltiplo de Betim para o mundo

Willian Mota Ricardo, ou melhor, Willian Mota, que se auto intitula O Marginal, realiza um trabalho gráfico bastante rico inspirado pelas cores, referências, marcas e símbolos africanos. Além de pinturas e instalações, O Marginal desenvolve também esculturas, desenhos e vídeos experimentais.

Para quem já conhece o trabalho do artista, é praticamente impossível passar por uma de suas obras e não identificar seus traços de africanidade que trazem consigo uma coloração bem específica: preto, branco, vermelho, amarelo e verde.

Aos 32 anos, Willian, é natural de Nova Lima, Região Metropolitana de Belo Horizonte, mas mudou-se para Betim no seu primeiro ano de vida. Tudo o que viveu em Betim contribuiu para a construção de sua arte, mas o caminho a ser percorrido foi longo.

Durante a adolescência escolheu a prática de esportes. Daí foi um pulo para a entrada no escotismo. “Ali eu vivenciei a experiência do trabalho em equipe, respeito ao próximo e à natureza”, costuma dizer.

Como aluno, passou pela Escola Estadual Nossa Senhora do Carmo, de onde foi expulso por suas pichações, e depois ingressou na Estadual João Paulo II, vista com maus olhos por uma parte da população. Willian também estudou no Senai, onde cursou Tornearia Mecânica, profissão que seria sua fonte de trabalho pelos dois anos seguintes.

Foi então que, inconformado com as condições de trabalho, resolveu mudar a área de atuação. Com a ajuda de amigos, rifas, e venda de CDs de sua banda punk “Indolentes”, ele conseguiu pagar um curso pré-vestibular e ser aprovado na Escola Guinard da UEMG (Universidade Estadual de Minas Gerais), onde começou a sua relação definitiva com a arte.

Hoje, pai de uma menina de três anos, mora em Betim e leciona Artes em dois colégios da região, um em Betim e outro em Contagem.

Depois de ter ganhado o Prêmio Camélia em 2010, pela realização de um documentário com jovens do bairro Citrolândia, gravado pelo Razia (coletivo do qual fazia parte), O Marginal começou a ser cada vez mais reconhecido na cidade. “A cada dia que passa meu trabalho é mais aceito, compreendido, valorizado, questionado, vivenciado, adquirido, contemplado e também quando é o caso, interagido”.

Com uma rotina cheia, dividida entre o planejamento de suas aulas, o relacionamento com sua filhinha e a divulgação de seu trabalho, Willian ainda tem um desejo: “Adoraria viver em um ateliê todo sujo de tinta, mas no momento isso é impossível. Minha filha iria mexer em tudo”, brinca o inspirado Willian Mota.

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