Comentário dos leitores – 2ª quinzena Dezembro 2013

Publicado por Editor 2 de janeiro de 2014

Maria Mendes Barbosa em “A Noite do Meu Bem”

Ah!Deu uma saudade grande daqueles tempos.Lendo o texto revivi
parte do meu passado.Era um filme desfilando as imagens do meu vivido: outras pessoas e outros lugares,mas,o radinho sempre ligado,enquanto minha irma costurava,e,até dormia.A tardezinha,era a hora da novela :O Direito de Nascer:todos rodeavam o radio ,mesmo meu pai,ninguém podia falar,às vezes,chorar.E,Copa do Mundo?
Que alvoroço!
Um lindo texto!

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Antonio Ângelo em “A Noite do Meu Bem”

Delícia de texto! Preciosas lembranças… Principalmente para quem, como eu, teve infância e adolescência interiorana.

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Ramon Moreira em “A Noite do Meu Bem”

Hoje vivemos na cidade grande sempre pensando no dia em que vamos voltar para o interior e encontrar nosso paraíso perdido.
Um escritor, Mário Canelas, escreveu recentemente um livro de crônicas sobre isso. Numa de suas passagens, em Inhapim, ele tenta expulsar uma vaca da estrada e os moradores se revoltam….aquela vaca era sagrdada lá, ele é que tinha que tirar o carro da estrada.
Infelizmente, para os que moram lá, o interior não é mais este paraíso. É como se fosse uma pequena cidade grande.
Mas nos toca fundo lembranças como essas, que são nossas,e de tudo aquilo que nos fez humanos seres de interior.

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CELSO DE MG em “Na Era do Rádio”

OLÁ PESSOAL EU LI TODA A CRÔNICA ASSIM COMO LI TODOS OS COMENTÁRIOS, CONFESSO A TODOS QUE VOLTEI NO PASSADO POIS TUDO QUE FALA DE JULIO LOUZADA ME TRÁS BONS FLUIDOS, ERA UM HOMEM DO BEM QUE SUA ORAÇÃO TENHO CERTEZA NORTEOU MUITAS PESSOAS BRASIL AFORA E ESTOU FALANDO PRINCIPALMENTE POR MIM, MINHA MÃE TAMBÉM FAZIA ISTO TODAS AS TARDES AS DEZOITO HORAS E REZAVA PELOS DOENTES, LEMBRO AINDA QUE UM TIO MEU ESTAVA EM BH PARA SER SUBMETIDO A UMA CIRURGIA CARDÍACA E TODAS AS TARDES REZÁVAMOS JUNTOS PEDINDO BENÇÃOS PARA ELE, QUE FICOU BEM NAQUELA ÉPOCA, ONDE VC ESTIVER JULIO LOUZADA TENHO CERTEZA QUE VC ESTÁ BEM, AGRADEÇO MINHA QUERIDA MÃE POR TER TIDO SEMPRE A FÉ E NOS ENSINADO QUE PESSOAS DO BEM TEM A DÁDIVA DE FAZER COM AS PESSOAS FIQUEM BEM. UM FORTE ABRAÇO A TODOS(AS)

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Evandro Morato em “Saudades da BH de outrora”

Lembro me bem do Ted’s na rua Tupis e da padaria Strombolli especialista em suspiros. Na savassi o point era o Beb’s. Boas lembraças, bela cidade.

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Angela Felga em “Saudades da BH de outrora”

Sr Sebastião Verly: Sou designer e estou fazendo um trabalho sobre móveis produzidos em Minas Gerais com referências inglesas. Vi seu comentário sobre a Mobiliadora Inglesa e, por isso, pensei se poderia me ajudar com outras informações a respeito desta firma comercial, principalmente o endereço onde funcionava. Desde já agradeço.
Angela Felga

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Wesley em “Abrindo o jogo”

Eis aí, caro poeta, esculpido nas tábuas palavras, o meu retrato, e nenhum outro. Assim desnudo, agradeço.

Comentários
  • Edilene 3724 dias atrás

    Compartilho esse coemtário e dois artigos sobre os rolezinhos

    Entenda o que são os rolezinhos e a repercussão que causaram na internet

    DC quer saber a sua opinião sobre a proibição dos eventos criados por adolescentes da periferia

    Entenda o que são os rolezinhos e a repercussão que causaram na internet Youtube/Reprodução

    Encontros chegaram a reunir 6 mil pessoas no Shopping Metrô Itaquera, em São Paulo
    Desde o final da semana passada, quando shopping de São Paulo conseguiu liminar proibindo a entrada de jovens para um rolezinho, não se fala em outra coisa nas redes sociais. Mas você sabe o que é e como surgiu esse movimento?

    :: Mural: Você concorda com a proibição dos rolezinhos?

    Os rolezinhos são encontros marcados pela internet por adolescentes e começou em dezembro do ano passado. Normalmente os participantes são jovens pobres, a maioria negros, querendo se divertir. No começo, os eventos eram convocados por cantores de funk, em resposta a um projeto de lei que proibia bailes do estilo musical nas ruas da capital paulista.

    Incomodados com a multidão de jovens cantando refrões de funk ostentação nos corredores, a direção de seis shoppings paulistanos tiveram o respaldo de decisão judicial para fazer a triagem de clientes. A repressão policial aos participantes também gerou repercussão.

    Os eventos continuam a ser promovidos, mas agora por todo o país, como forma de protesto contra o preconceito e segregação social. A capital catarinense tem sua versão marcada para o dia 26, no Shopping Iguatemi, com mais de 300 confirmados até às 10h desta quarta-feira.

    Entre os vídeos que fazem sucesso na internet sobre o assunto está a coluna Desce a Letra, de Cauê Moura, com mais de 500 mil visualizações após dois dias de publicação:
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    Os Rolezinhos

    Final de 2013 — Encontros reúnem centenas de jovens da periferia nos shoppings de São Paulo. Entre os primeiros eventos, estavam atos organizados por cantores de funk em resposta à aprovação de um projeto de lei que proibia bailes nas ruas da capital paulista. Proposta foi vetada pelo prefeito Fernando Haddad neste ano.

    Início de dezembro — Comerciantes do Shopping Aricanduva, na Zona Leste, tiveram de baixar as portas durante um tumulto seguido de diversas tentativas de roubo às lojas durante o rolê.

    Sete de dezembro — Cerca de 6 mil jovens haviam ocupado o estacionamento do Shopping Metrô Itaquera e foram reprimidos.

    Prisões no dia 14 de dezembro — Dezenas entraram no Shopping Internacional de Guarulhos cantando refrões de funk ostentação. Ao todo, 23 foram levados à delegacia.

    Precaução excessiva no dia 21 — Polícia foi chamada pela administração do Shopping Campo Limpo e não constatou nenhum tumulto. Policiais permaneceram no local e entraram no shopping com armas de balas de borracha e bombas de gás.

    Revistas em 22 de dezembro — Manifestantes foram revistados assim que chegaram ao local e um forte esquema policial foi montado.

    Final da semana passada — O shopping JK Iguatemi – um dos mais luxuosos da cidade – conseguiu liminar na Justiça proibindo as manifestações, com previsão de multa de R$ 10 mil a quem fosse identificado causando tumulto. Outros quatro estabelecimentos também conseguiram liminar proibindo o ingresso de manifestantes.

    Último sábado — A Polícia Militar de SP usou bombas de gás lacrimogêneo e efeito moral, além de balas de borracha contra um grupo de aproximadamente mil pessoas que se reuniram para um rolezinho no shopping Itaquera, na zona leste da cidade.

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    DIÁRIO CATARINENSE

    O rolezinho e o contratinho antissocial

    13 segunda-feira jan 2014
    Publicado por tarsodemelo em Geral

    O rolezinho no shopping é, talvez, um dos atos políticos mais importantes dos últimos tempos no Brasil. Por meio deles, por exemplo, os jovens da periferia já conseguiram obrigar os shoppings a confessarem que a noção de “espaço público” com que concordam está sujeita a severas restrições e, de quebra, têm obrigado também as autoridades públicas a revelarem que tipo de “ordem” estão vocacionadas a proteger.

    Muitas das coisas que antes fazíamos nas ruas migraram – e, com elas, nós – para dentro de shoppings. Livrarias, por exemplo, estão cada vez mais guardadas nos shoppings e marcadas pela mesma lógica: imensas lojas de “conveniências” em que os livros são uma parte muitas vezes inexpressiva. Bares e restaurantes estão migrando para os shoppings. Lojas de tudo, a quase todo preço, também se trancaram nos shoppings. Com elas, nós também nos trancamos.

    No entanto, se você que estiver lendo este texto tiver as características e os hábitos daqueles para quem os shoppings são feitos (e há uma visível estratificação mesmo entre os públicos consumidores dos diversos shoppings, dos mais “populares” aos “exclusivos”), talvez não tenha ainda se dado conta de que não costuma cruzar, no shopping, com aqueles que fizeram concretamente o shopping (tudo bem, ouça aqui o eco de “tá vendo aquele edifício, moço, fui eu que construí…”), muito menos com aqueles todos contra quem o shopping foi feito.

    É disso que se trata: o shopping, ao se apresentar como sendo feito para alguns, é fundamentalmente um lugar contra todos os outros, contra todos aqueles que não se enquadrem nos padrões de aparência e consumo com que o shopping espera contar. Quem corresponde a tais padrões, por sua vez, faz parte da decoração do shopping e alimenta a expectativa de andar pelo shopping cercado por seus “iguais”. É, em suma, um lugar antissocial, por ser a negação consciente da panela de pressão que a cidade é de sua porta para fora, cheia de riscos, variantes, diferenças e toda sorte de coisas incontroláveis.
    Numa cidade marcada pela violência, pela desigualdade, pela mendicância, pelo abandono, o shopping se apresenta como uma espécie de bunker. Nosso particular “mundo de Andy”, em que vamos alimentando a ilusão de segurança que tanto gostaríamos que o mundo todo oferecesse. Ou não.

    Mas isso tudo dependia de um certo acordo entre os que podem e os que não podem entrar no shopping: “perceba que você não é daqui – nem entre”. E, contra todas as lições da lógica formal, parte gigantesca da sociedade aprendeu a conviver com uma verdade incômoda: a porta está aberta, mas está fechada. O convite para vir está feito, mas não venha!

    O que o rolezinho coloca em evidência é que há uma parcela significativa de nossa juventude que não quer fingir que concorda com esse “contratinho antissocial” e está proclamando um “vamos invadir” que ninguém, no silêncio dos shoppings, gostaria de ouvir. Ninguém, ninguém mesmo, nem aquele consumidor – digamos – assemelhado visualmente aos praticantes do rolezinho, ainda mais agora que alguns shoppings estão conseguindo liminares contra os “eventos” e a polícia, com sua habitual sensibilidade, será responsável por identificar quem chega ao shopping como ameaça… Poucos estarão a salvo – e vocês sabem quem.

    O medo que boa parte da sociedade revela diante disso, nas conversas que tenho ouvido aqui e ali, é que os shoppings, como únicos lugares em que aquela falsa segurança ainda é oferecida a preços variados, também tranquem suas portas, cobrem “consumação mínima” dos frequentadores, exijam a apresentação de credenciais na entrada, e por aí vai, deixando ainda mais claro quem pode e quem não pode participar do “clube”.

    Num shopping aqui de SBC, chamou minha atenção recentemente a presença de uma capela aberta aos frequentadores, bem pertinho dos banheiros. Faz todo sentido o lugar em que ela está, porque provavelmente são os únicos ambientes – a capela e os banheiros – daquele prédio que estão mais ou menos livres da maquininha da Cielo. Será?

  • Rogério 3725 dias atrás

    Compartilho com os demais leitores do metro dois artigos, um da revista Info e outro da Folha de São Paulo sobre a espionagem da agência NSA dos EUA

    NSA instalou software em computadores do mundo todo, diz jornal
    15/01/2014 09h10 – Reuters
    http://info.abril.com.br/noticias/seguranca/2014/01/nsa-instalou-software-em-computadores-do-mundo-todo-diz-jornal.shtml?utm_source=redesabril_info&utm_medium=twitter&utm_campaign=redesabril_info&utm_content=plantao

    A Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês) colocou um software em quase 100.000 computadores ao redor do mundo que a possibilita realizar operações de vigilância nesses equipamentos e pode servir de caminho para ataques cibernéticos, revelou o jornal New York Times na terça-feira.
    A NSA plantou o software na maioria dos casos por meio de acesso a redes de computadores, mas também usou uma tecnologia secreta que possibilita a invasão de computadores que não estão conectados à Internet, disse o jornal, citando autoridades dos EUA, especialistas em computação e documentos vazados pelo ex-prestador de serviço da NSA Edward Snowden.
    O Times disse que a tecnologia está em uso desde pelo menos 2008 e utiliza um canal secreto de ondas de rádio transmitidas de minúsculas placas de circuito e cartões USB secretamente inseridos nos computadores.
    “A tecnologia de frequência de rádio ajudou a resolver um dos maiores problemas enfrentados pelas agências de inteligência norte-americanas por anos: entrar em computadores que adversários, e alguns parceiros dos EUA, tentavam tornar impermeáveis à espionagem ou ataques cibernéticos”, disse o jornal.
    “Na maioria dos casos, o hardware de frequência de rádio precisa ser fisicamente instalado por um espião, uma fabricante ou um usuário sem intenção”, acrescentou.
    Alvos frequentes do programa, conhecido como Quantum, incluíam unidades militares da China, que é acusada por Washington de conduzir ataques digitais contra militares e empresas dos EUA, segundo o Times.
    O jornal disse que o programa também conseguiu plantar o software em redes militares da Rússia, assim como em sistemas utilizados pela polícia e os cartéis de drogas do México, instituições de comércio da União Europeia e em aliados como Arábia Saudita, Índia e Paquistão.
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    ENTREVISTA DANIEL ELLSBERG
    FOLHA DE SÃO PAULO – 14/01/2014
    http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/147513-snowden-fez-um-favor-ao-mundo-e-merece-asilo.shtml
    Snowden fez um favor ao mundo e merece asilo
    Ativista que vazou papéis do governo americano nos anos 1970 diz que, no contexto atual, também fugiria dos EUA
    RAUL JUSTE LORESDE WASHINGTON
    Diversos críticos americanos de Edward Snowden gostam de compará-lo desfavoravelmente a Daniel Ellsberg, 82, o mais famoso ativista que, antes dele, também vazou dados e constrangeu um presidente americano.
    Ellsberg não fugiu do país e enfrentou a Justiça (e o assédio do governo), logo após vazar um estudo revelador sobre a Guerra do Vietnã, apelidado de “papéis do Pentágono”, a 18 jornais americanos em 1971.
    A crise que encerraria a guerra e terminaria por derrubar o governo de Richard Nixon começou com ele.
    Ellsberg detesta ser usado nos ataques a Snowden. “Se fosse hoje, eu teria feito o mesmo que ele, também teria fugido”, diz. “O país em que denunciei Nixon era bem diferente de hoje”.
    Em entrevista exclusiva à Folha, Ellsberg, 82, diz que “democracia não é compatível com governos que conheçam cada comunicação, cada transação com cartão de crédito, cada mensagem celular de seus cidadãos” e defende que o Brasil conceda asilo a Snowden.
    Folha – Snowden agiu errado ao ter fugido para a China e para a Rússia e não ter enfrentado as consequências, como o senhor fez em 1971?
    Daniel Ellsberg – O país em que eu decidi ficar e enfrentar a Justiça era muito diferente. A Suprema Corte tinha vários juízes que garantiam as defesas da liberdade de expressão e de imprensa.
    Obama já usou mais vezes a Lei de Espionagem para perseguir quem denuncia do que todos os outros presidentes anteriores.
    Fui indiciado, mas duvido que eu fosse condenado por aquela Suprema Corte. O país mudou muito, rumo à direita, em minha opinião.
    Fugir era a única alternativa?
    Snowden pôde ver o que fizeram com Chelsea Manning [ex-Bradley Manning], colocada em uma solitária por nove meses. Manning jamais foi entrevistada por um único jornalista sequer. A imprensa não teve acesso a ela. No repertório da ONU, o que fazem com Manning é um tratamento cruel. Seria tortura, na minha opinião. Snowden aprendeu que precisava estar fora do país para fazer o que fez. No lugar dele, eu teria feito o mesmo.
    O Brasil deveria conceder asilo a Snowden?
    Seria admirável se o Brasil concedesse asilo ao Snowden. O mundo precisa agradecer a esse rapaz. O sonho dele seria poder voltar ao seu paraíso, o Havaí, mas acho que ele passará a sua vida no exílio. Não vejo chance de perdão presidencial aqui.
    Ele fez um grande sacrifício. Snowden corre risco de morte em qualquer lugar, talvez menos na Rússia, mas acho que ele gostaria de estar em um lugar mais democrático e aberto.
    Mas o Brasil não sofreria retaliações dos EUA?
    Não é fácil antagonizar o país mais rico e poderoso do mundo. Muitos priorizam a relação com os EUA.
    O Brasil poderia sofrer sanções. Mas nenhum país tem direito de fazer espionagem total sobre as comunicações privadas dos cidadãos no resto do mundo.
    Snowden fez um favor ao mundo, muito além da espionagem.
    Qual?
    Democracia não é compatível com governos controlando e conhecendo cada comunicação pessoal, cada transação de cartão de crédito, cada e-mail, cada mensagem de celular. Essa informação pode ser usada para chantagens, com fins políticos e comerciais.
    O Brasil, por exemplo, não é uma ameaça à segurança dos EUA, assim como não o é a comunicação pessoal de Angela Merkel. Esses usos nada têm a ver com terrorismo.
    O presidente Obama deve anunciar na sexta-feira as mudanças na espionagem da NSA (Agência Nacional de Segurança dos EUA). O que o senhor espera que mude?
    Acho que Obama divulgará só mudanças cosméticas na espionagem. Não espero grande reforma de princípios. Presidentes não gostam de reduzir poderes. O Congresso e a Justiça deveriam contrabalançar, mas não estão cumprindo esse papel.
    Após os ataques de 11 de Setembro, os EUA precisaram reforçar muito a segurança. Como conciliar essa necessidade com a privacidade?
    O 11 de Setembro serviu para muitas coisas. Para invadir o Iraque, para um governo mentir ao Congresso, que é outra violação da Constituição. Não me surpreende que Obama não tenha mudado ou voltado atrás nos abusos de poder da era Bush-Cheney. Tivemos tortura, espionagem, e o Congresso e o público são culpados em aceitar esses abusos.
    Um certo grau de vigilância é necessário. Há perigos obviamente maiores por conta do terrorismo, mas especialistas não acham necessária tanta coleta de dados. Essa escala absurda de monitoramento faz o trabalho deles ser até mais difícil.
    Senadores e deputados democratas e republicanos dizem que os EUA estão mais inseguros graças a Snowden.
    Não me surpreende que estejam contra Snowden, são cúmplices. Mas alguns deputados já disseram que não há evidência de um único atentado que tenha sido evitado por tamanha espionagem.
    Boa parte da imprensa americana também tem uma posição contrária a Snowden.
    Colunistas de jornais, editores e comentaristas na TV precisam ter acesso às fontes de Washington, trocam o que eles consideram “furos” de reportagem por acesso aos poderosos. Não são críticos como deveriam das ilegalidades em troca de acesso aos figurões de Washington.
    Mas o grande público americano tem formado uma opinião diferente sobre Snowden. Muita gente, dizem as pesquisas, acha que ele fez o que tinha de ser feito.
    Qual é a diferença entre a maneira como o governo Nixon tratou o senhor e Obama com Snowden?
    A reação de Obama tem sido muito parecida com a de Nixon. O que mudou é que o que ele fez comigo era ilegal. O que Obama está fazendo com Snowden e Manning hoje é legal.
    Nixon usou a CIA para me grampear, invadir o consultório do meu psiquiatra para tentar descobrir minhas fraquezas ou vulnerabilidades, tinham até um grupo para me dopar ou incapacitar, que felizmente não chegou a cumprir o plano. Tudo isso era crime, obstrução de Justiça, o que acabou encerrando o meu julgamento.
    Fiquei como fugitivo por duas semanas com minha mulher, escondido, enquanto eu conseguia passar as informações para os outros jornais, já que a Justiça proibira o “New York Times” de divulgar os papéis temporariamente. Foi o meu equivalente à fuga do Snowden.
    Hoje, usa-se a CIA domesticamente, seria fácil invadir para apreender documentos e o presidente tem até uma lista que autoriza execuções [por drones]. A Lei Patriótica depois de 11 de Setembro tornou tudo isso legal.
    Snowden não quebrou um acordo de confidencialidade?
    Snowden não quebrou nenhum juramento. Tal juramento de sigilo não existe. Snowden e eu quebramos um acordo, conhecido como padrão 312, que assinamos ao sermos contratados. Ele prevê certas penalidades civis e administrativas por revelar informações confidenciais.
    É suficiente para deixar todo mundo calado. Qualquer autoridade do governo americano ou do Congresso jura (ou afirma) apoiar e defender a Constituição contra inimigos internos ou externos. Há várias emendas da Constituição sobre liberdades civis e privacidade que precisam ser defendidas.

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