Esse sujeito chamado leigo – parte V

Publicado por Antonio Carlos Santini 23 de maio de 2018

Esse sujeito chamado leigo - parte V
Eu pertenço à Comunidade Católica Nova Aliança desde 1988. É uma associação de leigos de direito público, com o reconhecimento canônico pela Arquidiocese de BH. Temos missões Brasil a fora: Pará, Tocantins, Goiás, Ceará, São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal.

Já tivemos frentes missionárias no Japão e no Canadá. Nossa missão é formar evangelizadores e lideranças para a Igreja. Para tanto, todos os membros da Comunidade devem frequentar cursos de formação permanente sobre temas de espiritualidade, Doutrina Social da Igreja, catequese etc.

Graças às atividades da Comunidade, pude fazer variadas experiências: cinco anos de pastoral carcerária num presídio de segurança máxima, catequese para jovens e adultos, programas de rádio e TV, formação para catequistas, somando até hoje cerca de 370 viagens missionárias.

Apoiados em Comunidades Novas ou Movimentos, há muitos outros leigos que desempenham precioso trabalho em seu ambiente. Entre eles, posso citar:

a) o prof. Felipe Aquino, no rádio e na TV Canção Nova, desde os anos 80, fazendo uma catequese sólida e fiel ao Magistério da Igreja.

b) minha amiga Margarida Hulshof, dona de casa, mãe de cinco filhos, tradutora e escritora, assessora de seu bispo.

c) outro amigo, Luiz Eduardo, fundou uma pequena editora para publicar clássicos de espiritualidade que as grandes editoras – católicas!!! – não se interessam em reeditar por não verem perspectiva de lucro. É a editora Cultor de Livros.

O documento 105 da CNBB recorda que “a Igreja não é uma ilha de perfeitos, mas uma comunidade missionária e de aprendizagem em seu modo de ser, organizar e agir como seguidora de Jesus Cristo. Viver e atuar neste mundo globalizado implica mudança de mentalidade e de estruturas.”

Aí está: mudança de mentalidade e de estruturas. E o melhor exemplo dessa mudança de estruturas eu vejo nas Comunidades Novas. Como exemplo, a Comunidade Aliança de Misericórdia, com sede em São Paulo, no bairro de Taipas, saída para Campinas.

Sob a inspiração de três padres italianos – Antonello, Enrico e Giampietro – reuniu-se à volta deles um grupo de rapazes e moças de todo o Brasil. Em 7 anos de existência, a Comunidade já reúne 300 consagrados.

Muitos deixaram seus estudos ou profissão, professores, médicos, advogados, para se dedicarem à evangelização. Vivem juntos, jejuam 2 vezes por semana, têm duas mudas de roupa cada…

Na noite de sexta-feira, equipes vão para a rua e dormem na calçada, junto dos drogados, mendigos e prostitutas, levando a eles apoio humano e espiritual. Só voltam para casa no domingo à noite.

A Arquidiocese de São Paulo reconheceu sua missão e confiou a eles a Igreja da Boa Morte, no centro da cidade. Ali, os jovens alimentam os mendigos e os sem-teto.

Ao mesmo tempo, a Aliança de Misericórdia administra creches, casas de repouso para idosos e escola paroquial para os pobres. Formaram equipes de música, grupos de teatro, apresentam programas de TV.

No sábado à noite, fazem a “Cristoteca”, uma balada que reúne mais de 2000 jovens, incluindo uma hora de adoração ao Santíssimo Sacramento.

Um de seus programas de evangelização, chamado Thalita Kum, atinge, em um fim de semana, mais de 50 mil jovens no centro de São Paulo. Desde sua fundação, a Aliança de Misericórdia já ordenou mais de 10 padres, vocações que surgiram no seio da própria comunidade.

Como se vê, o campo de ação é imenso. Como diz Jesus, a messe é grande. O difícil é acordar os operários e interromper o seu profundo sono…

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